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"Angola tem de investigar a morte dos manifestantes no Huambo", diz Human Rights Watch


Organização de direitos humanos diz que há indicação de uso excessivo de força e que responsáveis devem ser levados a tribunal.

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) insta o Governo angolano a investigar “imparcialmente e levar apropriadamente a tribunal” os responsáveis das forças de segurança responsáveis pela morte de manifestantes no Huambo.

Num comunicado divulgado nesta quarta-feira, 7, a organização afirma que as declarações da polícia de que foi forçada a intervir para conter actos de violência “não explicam o uso de balas contra uma multidão desarmada” e acrescenta que armas de fogo “só devem ser usadas para dispersar ajuntamentos violentos quando outros meios menos danosos não são práticos”.

“Agentes da lei só podem intencionalmente fazer uso de armas de fogo letais quando isso é estritamente inevitável para se proteger a vida”, defenda a organização que lembra que nos anos recentes “as forças de segurança de Angola têm continuado a usar força excessiva e desproporcional que resultou em mortes e feridos”.

“Em muitos casos mortes ilegais não foram punidas, o que cria a impressão de que as forças de segurança angolanas têm autorização para matar quem quer desafie o Governo”, diz a HRW para quem “a responsabilização de abusos de forças de segurança é essencial para se impedir a repetição e o fim de um ambiente de impunidade”.

“O Governo angolano precisa de investigar imparcialmente e apropriadamente, levar a tribunal os responsáveis pelas mortes no Huambo como primeiro passo para introduzir medidas visíveis para instalar o respeito pelos direitos humanos nas suas forças de segurança”, conclui a declaração daquela organização internacional de defesa dos direitos humanos.

Na segunda-feira, 5, a polícia reprimiu uma manifestação de taxistas e moto-taxista que protestavam naquela província contra o aumento do preço de combustíveis, provocando a morte de cinco pessoas no momento e mais três hoje, entre os que foram levados ao hospital.

Os funerais das vítimas começaram hoje.

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