Seis elementos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e um tenente-coronel do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) foram acusados pelo Ministério Público (MP) de terem assaltado a casa do major Pedro Lussati e levado avultada soma em dólares em 2021.
O major, que cumpre uma pena de 12 anos de prisão, já tinha feito essas denúncias numa carta enviada à Assembleia Nacional, que agora foram confirmadas pelo MP.
O advogado de Lussati que trabalhava na Presidência da República, Francisco Muteca, disse à Voz da América que a instrução contraditória do processo acontece na quarta-feira, 20, na sexta secção do Tribunal de Comarca de Luanda, Dona Ana Joaquina.
"Em termos práticos não vou me pronunciar sobre isto (se isso satisfaz o pedido do Lussaty enviado à Assembleia Nacional) vamos esperar que a instrução contraditória decorra”, disse Muteca, contatado pela Voz da América.
Entretanto, no processo, o oficial superior do SINSE ouvido, segundo a acusação, confirmou ao MP ter recebido 250 mil dólares pela sua participação na ação.
A acusação afirmou ainda que com o dinheiro que levaram do apartamento do major milionário, os arguidos adquiriram residências e viaturas, muitas delas entretanto aprendidas.
Sem responder o grau de envolvimento do chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), general Fernando Garcia Miala, no caso, Francisco Muteka diz esperar que se responsabilizem os verdadeiros culpados.
“Que se apure a verdade dos factos e se responsabilize os verdadeiros agentes e à posterior poderemos nos pronunciar a respeito”, concluiu.
Pedro Lussati foi condenado em Novembro de 2022, pelo Tribunal de Comarca de Luanda, pelos crimes de abuso de peculato, fraude no transporte de moeda e branqueamento de capitais.
A Voz da América tentou o contato com o chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), General Fernando Garcia Miala, mas sem sucesso, enquanto o diretor Geral do Serviço de Investigação Criminal (SIC), comissário-chefe, António Paulo Bendje, remeteu-nos ao Tribunal Supremo por supostamente o caso não estar sob a sua alçada.
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