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Angola: Filho de antigo vice-presidente quer candidatar-se à liderança do MPLA


Apoiantes do MPLA exibem bandeiras do partido no comício de encerramento de campanha eleitoral. Camama, Luanda.
Apoiantes do MPLA exibem bandeiras do partido no comício de encerramento de campanha eleitoral. Camama, Luanda.

Cláudio da Piedade Dias dos Santos lança movimento "Chegamos", mas Rui Falcão diz que MPLA não perde o sono

O filho do antigo vice-presidente da República de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”, manifestou a sua intenção de concorrer à liderança do MPLA, partido no poder, através de um movimento político que Cláudio da Piedade Dias dos Santos denomina de "Chegamos".

O secretário de Informação e Propaganda do partido, Rui Falcão, considera que qualquer militante pode candidatar-se desde que cumpra as normas estatutárias e regulamentares, mas que como partido "democrático, sério e maduro, não perdemos o sono com essas coisas".

Analistas políticos não veem muito futuro na intenção de Santos.

"Eu, Cláudio Dias dos Santos, garanto que a minha candidatura irá respeitar os estatutos do partido bem como a promoção e a defesa da democracia” disse aquele militante num curto vídeo enviado à Voz da América em que anuncia a sua intenção.

Ante este posicionamento, o politólogo David Sambongo considera o MPLA um partido muito fechado e que a intenção de Cláudio da Piedade Dias dos Santos pode ser considerada uma afronta ao líder.

“Uma apresentação nestes termos acaba sendo entendida como uma afronta a liderança”, sustenta Sambongo, para quem “esta pretensão, essa vontade, só terá pernas para andar se tiver apoio de barões do MPLA".

Aquele analista político conclui que de "per si, não é uma carta que pode causar divisão do MPLA, se fosse o seu pai sim”.

Por seu lado, o também analista político Agostinho Sicato admite que esta iniciativa vai desafiar o MPLA aabrir múltiplas candidaturas.

“O MPLA será confrontado com o desafio da multiplicidade de candidatura que nunca houve há mais de 60 anos”, sustentou.

MPLA não perde sono

Contatado pela Voz da América, o secretário para Informação e Propaganda do MPLA disse em mensagem escrita que "qualquer militante do nosso partido, desde que cumpra as normas estatutárias e regulamentares, no momento em que for lançado o processo eleitoral, poderá candidatar-se".

Para Rui Falcão, compete aos órgãos eleitorais avaliar essas candidaturas e deliberar, e aceites as candidaturas, o universo de congressistas, no tempo certo, decidirá em consciência.

"Somos um partido democrático, sério e maduro, não perdemos o sono com essas coisas", continuou Falcão que, pelo fato do promotor de Chegamos ser filho de um alto dirigente do partido, "se se é filho deste ou daquele (todos nós somos filhos de alguém), para nós não tem qualquer relevância".

"O importante será a trajetória militante de qualquer putativo candidato", afirmou Falcão que, no concreto,disse ter visto "um documento nas redes sociais em que se apresenta um presumivel movimento e nada mais, o demais será tratado pelos rgãos competentes em razão da matéria e do futuro processo orgânico".

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