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Instituição privada junta-se ao combate à febre amarela em Angola


Uma instituição de saúde de iniciativa privada juntou-se esta semana aos esforços envidados pelo Governo angolano para combater a febre-amarela.

Instituição privada junta-se ao combate à febre amarela em Angola - 16:02
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A CONSESP-Consultório de Especialidades- está a promover até o próximo dia 31 de Março uma acção de vacinação e o rastreio de várias outras doenças frequentes em Angola, e na capital Luanda em particular.

Em relação à febre-amarela, de acordo com dados divulgados pela OMS,

Angola está a enfrentar sérios constrangimentos na campanha de vacinação devido à falta de elementos das forças de seguranças para manter a ordem e de meios logísticos para atender as enchentes que se têm formado junto aos postos de atendimento.

O portal de informação Rede Angola reportou recentemente que o último boletim diário sobre a epidemia refere que de Dezembro de 2015 até terça-feira 8 de Março, foram registados 813 casos suspeitos, 65 confirmados, com um total de 138 óbitos, continuando o município de Viana o epicentro da doença.

Desde o início do surto, a OMS já prestou apoios ao governo angolano com mais de USD 788 .000 e na elaboração de um plano de emergência para angariar fundos estimados em USD 2,3 milhões. Porém os resultados ainda não satisfazem a organização ligada à saúde mundial.

Com o objectivo de ajudar as autoridades angolanas no combate à febre-amarela a Clínica CONSESP, instituição privada de saúde, efectuou na última Quinta-feira 10 de Março, o lançamento de uma campanha de rastreio gratuita de tensão arterial, teste de glicemia capilar, bem como a vacinação da população contra o tétano, hepatite B e Febre-amarela.

A iniciativa do Consultório de Especialidades (CONSESP) decorre de 11 à 31 deste mês e prevê vacinar centenas de 100 pessoas.

A Psicóloga Clínica da referida unidade hospitalar, Telma Arsénio, reportou à Voz da América, que objectivo é ajudar as autoridades a combaterem algumas doenças, em particular a febre-amarela cuja procura de ajuda tem sido superior a capacidade das autoridades.

“Se formos a fazer uma estatística acreditamos que nem 90% da população ainda não foi vacinada. Nós na instituição privada temos esta iniciativa para contribuir para que este surto seja totalmente eliminado”, disse.

A clínica prevê vacinar perto de 200 pessoas, mas tem noção de que a demanda pode ser superior, por isso não descarta a possibilidade de negociar com as autoridades no sentido de lhes serem fornecidas mais vacinas.

A principal preocupação da CONSESP não se cinge apenas à Febre-amarela. O Director Clínico da CONSESP, Carlos Carvalho refere que existe em Angola certo grau de vulnerabilidade e ao mesmo tempo de ignorância das doenças crónicas negligenciadas.

Para o médico, as Hepatites A e B são muito frequentes no território angolano, razão pela qual faz parte do pacote de doenças a serem rastreadas nesta campanha.

“Há muita hipertensão em Angola. Estamos num continente que usa muito o óleo de palma e este ajuda no aumento de colesterol para além do acúmulo de gordura nas artérias”, explicou.

Para além das Hepatites A e B, é também preocupação da instituição combater a Hipertensão arterial.

Telma Arsénio, Psicóloga Clínica, diz que resultante das doenças crónicas negligenciadas os Acidentes Vasculares Cerebral (AVC) têm sido muito constante entre os angolanos, daí a iniciativa do Consultório de Especialidades em ajudar as autoridades no combate as estas doenças.

Segundo a especialista, “a hipertensão é uma doença crónica derivada de vários factores e que pode causar insuficiência renal crónica, insuficiência cardíaca e o Acidente Vascular Cerebral que têm sido muito frequentes na nossa sociedade”.

O médico Carlos Carvalho recorda que a vacinação e o rastreio de para prevenção de algumas doenças é importante para Angola. Referindo-se à febre-amarela o médico defende que a erradicação desta doença no país só será possível com a vacinação de 100% da população.

Nos últimos oito dias, o país registou redução de casos suspeitos, passando de 157 para 79, bem como o número de óbitos, diminuiu em 63 por cento.

As equipas angolanas, treinadas por peritos da OMS, são reforçadas por 500 vacinadores das Forças Armadas Angolanas, 120 da Polícia Nacional e 50 voluntários da Cruz Vermelha de Angola.

Sobre as mortes por Febre-amarela, o médico explicou que o segredo é investir na descoberta atempada da doença e actuar na sua prevenção.

O rastreio gratuito da tensão arterial, teste glicemia capilar, bem como a vacinação da população contra o tétano, hepatite B e febre-amarela se insere nas comemorações do Março, mês da Mulher, segundo a Psicóloga Clínica.

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