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Angola Fala Só - Liberty Chiyaka: "Ao MPLA faria bem estar na oposição para ver como os outros governam"


Liberty Chiyaka, Secretário Provincial da UNITA no Huambo, Angola
Liberty Chiyaka, Secretário Provincial da UNITA no Huambo, Angola

Unita é alternativa à cultura do passado do MPLA

10 Out 2014 AFS Liberty Chiyaka
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O convidado do Angola Fala Só desta sexta-feira, 15 de Outubro, foi Liberty Chiyaca, deputado e secretário provincial da UNITA no Huambo.

Depois de ter saudado a atribuição do prémio Nobel da Paz aos dois defensores dos direitos das crianças, A paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, e o indiano activista de direitos humanos Kailash Satyarthi, de 60 anos, o convidado do Angola Fala Só, Liberty Chiyaca, disse que sobretudo a luta corajosa da jovem Malala deveria servir de exemplo para todos os jovens, activistas –para os jovens africanos, e “em particular para os líderes africanos que deviam dar exemplo de integridade, defesa dos direitos humanos deveriam sentir-se orgulhosos e até certo ponto envergonhados, porque África e, em particular, Angola vivem problemas graves de violações dos direitos humanos.”

Estamos a viver numa democracia? Perguntou o ouvinte Nelson Euclides. “Numa democracia a competição política entre partidos não pode significar uma competição pela sobrevivência, mas uma competição para servir o povo. Propósito central da governação é servir não servir-se. Em democracia, ao contrário das ditaduras, o governo democrático existe para servir. Mas os cidadãos também tem responsabilidades. É importante que nós cidadãos, nos demitamos das nossas responsabilidades.”

A intolerância política e a questão do funcionamento de uma democracia foram temas de destaque no Angola Fala Só em intervenções dos ouvintes João Sawimbu, Jorge Gomes e Simão Temba.

Liberty Chiyaca disse que existiam várias causas para intolerância política: “a falta de condições democráticas como o fundamentalismo politico ideológico, mentalidade monolítica dos nossos governantes ou dirigentes, falta de cultura ética, integridade e autoridade moral". "Os dirigentes tem que ter autoridade moral, integridade, consciência do serviço publico mas é preciso limite de governação,” acrescentado que “infelizmente há uma eternização do poder mas cabe aos angolanos consciencializar-se que aquele que fica muito tempo no poder perde a consciência do serviço público.” Por isso frisou a necessidade de mudar a cultura de governação.

Frisou que a UNITA é alternativa ao MPLA a sua “cultura do passado” e que seria bom para Angola e para o próprio MPLA estar na oposição uns anos, e ver como outros governam, porque quando se está muito tempo no poder, quando alguém se eterniza no poder perde o contacto com a realidade.

Sobre as afirmações feitas pelo governador do Bié, Boavida Neto, citado em vários média sobre Angola, em que teria assumido o envolvimento dos militantes do MPLA e actos de intolerância política que ocorrem na região sob sua jurisdição, Liberty Chiyaca afirmou peremptório que exige a “demissão do governador do Bié.” E pediu ao presidente que se pronuncie sobre este assunto.

Sobre a existência das “Forças Especiais de Apoio ao Comandante-em-Chefe” o ouvinte Jorge Gomes do Uíge quis saber qual a necessidade da existência desse serviço, Liberty afirmou que em democracia não é necessária a existência de forças militares especiais.

Sobre as eleições autárquicas, pergunta de Isaac Pataca e Fanni Kanasi, o dirigente da UNITA disse que a sua realização apenas depende do partido no poder, do presidente José Eduardo dos Santos e que a UNITA vai voltar ao assunto quando começar nova sessão da Assembleia Nacional. Mas frisou que” é preciso institucionalizar o poder local.”

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