O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Africanos afirmou que “ não vale a pena ter vários códigos penais distribuídos pelas legislações avulsas”.
“Eu acho que o código penal é abrangente para todas as situações e se uma situação é criminal, é criminal nas redes sociais como é nos outros meios de comunicação social”, acrescentou em reacção ao pedido do Presidente da República para que haja uma legislação para o que é publicado através da internet.
Teixeira Cândido foi eleito secretário-geral em Outubro e disse no programa Angola Fala Só desta sexta-feira, que as dificuldades financeiras e logísticas da organização já eram por si conhecidas, mas que “a saúde financeira das empresas de comunicação social é uma situação muito pior do que eu imaginava”.
Ao longo do programa o jornalista revelou que as empresas tinham sido abertas e francas em discutir essa situação quando lhes foram apresentadas as reivindicações do sindicato para um salário mínimo de 250.000 kwanzas por mês.
O sindicato propõe agora que isso se aplique às empresas públicas e nos meios de informação privados o salário mínimo seja de 150.000 kwanzas.
Contudo, reiterou que mesmo a nível dos meios de informação estatais os jornalistas “não têm bons salários”.
“Em relação aos órgãos privados a situação é muito, muito crítica”, afirmou.
Durante o programa, o sindicalista disse ainda esses fracos salários têm levado ao abandono da profissão por parte dos melhores e mais experientes jornalistas, deixando redacções sem pontos de referência dos padrões do jornalismo e sem jornalistas “com a experiência necessária para conduzir os outros”.
Cândido revelou que a nível governamental continua a existir uma cultura de nada divulgar mesmo quando são assuntos públicos como orçamentos ou gastos com empreitadas.
O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos disse a terminar o programa não estar optimista quanto o futuro do jornalismo no país.