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Angola Fala Só - Hebo Imoxi: "Nepotismo é a base de muitos problemas"


Hebo Imoxi
Hebo Imoxi

Rapper diz que a música tem uma imagem e um papel na sociedade a preservar

20 Abr 2018 AFS Hebo Imoxi: "Nepotismo é a base de muitos problemas"
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O músico é um mediador da sociedade, particularmente na angolana, onde impera o “nepotismo, o amiguismo e o compadrio”, disse o rapper Hebo Imoxi durante o programa Angola Fala Só nesta sexta-feira, 20.

Durante a conversa com ouvintes e internautas, aquele músico não deixou de comentar as opiniões e perguntas colocadas sobre a situação no país, em particular na música.

“Nepotismo, amiguismo e compadrio estão na base de muitos dos problemas que enfrentamos”, afirmou Hebo Imoxi quando questionado sobre o caso de “funcionários fantasmas” do Estado e a falta de recursos para hospitais, estradas e escolas.

A situação no município de Viana, onde Hebo reside, esteve no centro da conversa com um ouvinte residente no mesmo local, principalmente devido ao anúncio hoje da exoneração do administrador, Jeremias Dungo, pelo governador de Luanda.

“Ele fez muito pouco, a situação aqui é horrível e não se registaram melhorias”, sublinhou o músico quando endossado por David Isaac, que adiantou haver indicação de que o antigo director da Educação, André Soma, pode vir a ser o próximo administrador do município.

Para Hebo Imoxi, “ele não fez nada na educação”, no que foi corroborado por Issac.

Maquilhagem

Eliseu Chibili, que se apresentou como sendo do MPLA, criticou a “maquilhagem que é feita por subalternos quando governadores e o Presidente da República visitam um determinado lugar, para dar a ideia de que tudo vai bem, quando não é verdade”.

Aquele ouvinte do Huambo criticou ainda o facto de, ao contrário do que prometeu o Presidente João Lourenço, “as crianças de seis e sete anos continuarem a pagar propinas, mesmo não sabendo ler” e denunciou o desvio de três toneladas de medicamentos oferecidos pela cooperação internacional.

“Resumo tudo com o nepotismo”, respondeu Hebo Imoxi, quem, à pergunta de um internauta, criticou a compra de mil carros para o protocolo do Estado.

“É inadmissível, quando temos outras prioridades, como falta de escolas, de hospitais e até de comida, que são bens de primeira necessidade”, sublinhou o rapper que, no entanto, alertou para o facto de que não se poder dizer que tudo está mal.

“A música deve criticar mas também exaltar o que vai bem na sociedade porque o músico é um mediador”, defendeu Hebo, quem diz compor “quando recebe influências do ambiente, dos amigos, do meio social em” que se encontra”.

Questionado sobre o facto de muita gente ter uma “má imagem do rap revolucionário”, o artista respondeu que tal se deve à ideia de que se tem da origem desse género musical, em “que os músicos eram todos bandidos, sem escola, o que não é verdade”.

Papel do músico

Para o rapper, “daí vem essa ideia e uma certa discriminação”, mas reitera que a realidade é outra.

Hebo Imoxi diz haver muita música boa, mas também há outra para consumo imediato e descartável em Angola, e reconhece que o Ministério da Cultura devia “meter o pé” para impedir certas músicas que não ajudam a sociedade.

Ele criticou o abuso excessivo do álcool, aliás para ele “tudo o que é em excesso é mau” e alertou para o facto de o artista ter um importante papel e uma imagem a preservar “porque os seus seguidores vão fazer o que ele mostra em público”.

Acompanhe a conversa em que Hebo Imoxi abordou vários outros temas.

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