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Angola Fala Só -"Líderes da CASA-CE não querem perder o tacho", dizem analistas


Albano Pedro e Albino Pakisi analisam crise na coligação
Albano Pedro e Albino Pakisi analisam crise na coligação
1 de Mar 2019 AFS -"Líderes da CASA-CE não querem perder o tacho"
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O Tribunal Constitucional é o responsável pela destruição da CASA-CE, disseram aos microfones da VOA os analistas Albino Pakisi e Albano Pedro, ambos professores universitários.

Ao analisarem no programa “Angola Fala Só” a situação da CASA-CE após a demissão do líder Abel Chivukuvuku, aqueles convidados não têm dúvida que a disputa no seio da coligação ganhou outros contornos.

“Parece-me claramente que esta disputa deveria ser uma disputa política e não uma disputa jurídica, aceite pelo tribunal”, disse Pakisi, filósofo e teólogo, para quem "quando a justiça se intromete na política, as decisões jurídicas muitas vezes tomadas não são justas”.

Os dois concordaram mais adiante que “é o Tribunal Constitucional quem está a destruir a CASA”.

“O Tribunal Constitucional destruiu a CASA-CE tendo ele mesmo reconhecido a CASA-CE antes”, afirmou Pedro, para quem há uma decisão “imprópria” do tribunal quando não reconhece o direito dos independentes formarem um partido político, o que vai contra o seu acórdão anterior reconhecendo a CASA-CE.

O jurista Albano Pedro acrescenta, por outro lado, que a disputa no seio da CASA-CE deve-se ao facto de haver dois “donos” da coligação, os “donos de facto e os donos de jure”.

Os “donos de facto”, disse o jurista, eram os militantes independentes que tinham “uma acção política muito forte” e não os donos dos partidos que formam a coligação e que são os “donos de jure” da coligação.

“Começa então uma guerra de ciúmes que leva em primeiro lugar quem não concorda com a transformação da CASA-CE num partido político porque nesse caso os donos dos partidos iriam perder o controlo”, sustenta Pedro.

Essa opinião foi compartilhada por Albino Pakisi para quem a disputa é uma luta hegemonia porque “os líderes de cada um dos partidos não querem perder o tacho”.

Daí, disse ele, "o medo que surgiu quando Abel Chivukuvuku aventou a hipótese de criar um novo partido dentro da coligação, nomeadamente o “Podemos Já”.

Pakisi admitiu, no entanto, que Abel Chivukuvuku pode ser “uma pessoa difícil” que “tentou impor a sua vontade e isso criou um mau ambiente”.

Os dois analistas concordaram que a CASA-CE não vai existir por muito tempo sem a liderança de Abel Chivukuvuku.

“A CASA-CE foi formada na aura de Abel Chivukuvuku”, lembrou Albano Pedro, acrescentando que a coligação “é uma colmeia de abelhas cansadas” que não tinham futuro como partidos políticos individuais.

“Quase 80% dos que aderiram foram pessoas que entraram a convite ou pelo contágio da aura de Abel Chivukuvuku”, revelou Pedro que antevê “uma hemorragia humana” na CASA-CE, com a saída do líder, enquanto Albino Pakisi afirmou que a coligação não tem futuro sem a liderança de Chivukuvuku.

“As pessoas votaram na CASA-CE porque tinham, confiança em Abel Chivuvuvku”, concluiu.

“Os cinco partidos não são conhecidos, ninguém sabe o que faziam”, explicou, acrescentando que se não fosse o projeto da CASA-CE “esses partidos já não existiriam”.

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