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Angola Fala Só - Frei Júlio Candeeiro: "João Lourenço é às vezes um homem isolado"


Júlio Candeeiro, Frei dominicano e director-geral da MOSAIKO, Instituto para a Cidadania
Júlio Candeeiro, Frei dominicano e director-geral da MOSAIKO, Instituto para a Cidadania
31 Ago 2018 AFS - Júlio Candeeiro: "João Lourenço é às vezes um homem isolado"
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É preciso dar mais tempo ao governo de João Lourenço para melhorar a governação e a situação no país, defendeu no programa “Angola Fala Só” Frei Júlio Candeeiro da organização Mosaiko, Instituto para a Cidadania.

“Quero dar a este Executivo a possibilidade de fazer melhor”, disse o prelado.

Ele respondia a uma pergunta de um ouvinte sobre o novo governo afirmando que todos os dias “acredito numa Angola melhor”.

Contudo disse ter dúvidas sobre se o Presidente João Lourenço conta com o apoio de muitos daqueles que se encontram nos círculos de poder.

“O meu sentimento é que João Lourenço não é ainda seguido pela maioria dos seus colaboradores”.

“O nível de abertura que ele me parece ter como pessoa não me parece ser seguido pela maior parte dos seus colaboradores (...), por isso vejo-o em alguns momentos como um homem quase que isolado”, acrescentou.

Frei Júlio Candeeiro frisou a importância do próximo congresso do MPLA já que actualmente “a bicefalia é uma realidade”.

O programa esteve centrado na questão dos recursos naturais, algo que o Frei Júlio Candeeiro disse que não tem beneficiado o cidadão comum.

Pelo contrário as pessoas que vivem nas zonas de exploração têm sofrido com poluição, afastamento das suas terras e mesmo a possibilidade de morte nas zonas diamantíferas sem usufruírem qualquer vantagem disso.

Mas Frei Júlio disse recusar a aceitar que “os recursos sejam uma maldição embora no continente africano e no caso muito específico de Angola não se estejam a traduzir na bênção que deveriam ser”.

"Devido à falta de valores morais e humanos os recursos são uma maldição para as pessoas que vivem nas zonas recursos mas que nada usufruiem".

“Para eles mais-valia não terem isso porque vêm que outros povos que não têm esses reclusos vivem com certa tranquilidade”, disse.

Frei Júlio Candeeiro manifestou a esperança que as autarquias possam vir a ser um meio para uma melhor administração dos recursos em benefício das comunidades.

“Não se pode continuar a gerir o país a partir de Luanda”, disse rejeitando pessoalmente a ideia de gradualismo geográfico por não haver quadros em certas zonas.

“Enviem quadros para lá, em Luanda há quadros a mais”.

Contudo Frei Júlio Candeeiro avisou que “as autarquias não são uma varinha mágica”.

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