“A minha música não tem barreiras, é uma esponja da realidade”, disse no programa “Angola Fala Só” o músico Dog Murras.
Num animado diálogo com os ouvintes Dog Murras abordou questões sociais e das artes afirmando que povo angolano foi propositadamente colocado na ignorância dos seus direitos como angolanos.
“Há um deficit de consciência que foi programado”, disse o músico angolano para quem “as pessoas têm que conhecer os deveres do governo e os seus direitos”.
Noutro passo do programa o canto e activista acreditar que “uma nova Angola é possível, mas não é possível com a mentalidade que temos”.
Interrogado sobre a governação de João Lourenço, o músico e activista social disse que o presidente “recebeu um presente envenenado”.
“Foi isso que aconteceu e quem recebe algo envenenado vai-se engasgar”, acrescentou.
Para Dog Murras “é preciso dar tempo ao tempo”, mas é também preciso “urgentemente” que o governo separe a situação em Angola “ver o que é necessário, o que é prioritário e o que é urgente”.
O músico disse que na sua opinião o presidente João Lourenço precisa de contactar mais directamente com o povo angolano.
“Tem que falar e explicar o que passa por trás”, disse Dog Murras para quem a situação em Angola vai ainda piorar no nível económico no próximo ano.
“Foram mais de 40 anos de farras e irresponsabilidade e agora a factura tem que ser cobrada”, disse lamentado também durante o programa que
Interrogado por um ouvinte sobre o seu exilio, Dog Murras disse que devido á sua música a sua vida pessoal tinha-se tornado difícil.
“Mas eu não choro pelo leite derramado e procuro sim encher de novo o copo”, afirmou lamentando que “ainda há gente a defender o indefensável”.
Dog Murras vai lançar este fim de semana o seu livro “matemática da Coerência” e disse que 50% dos rendimentos do livro serão encaminhados para as vitimas da seca na província do Cunene.
O musico disse que tenciona lançar um novo álbum para o s finais do próximo ano.
Interrogado sobre o estado actual da música angolana, Dog Murras não se mostrou optimista
A música, disse, reflecte o espiritual e a alma.
“Tem gente que não tem nada, nem esperança para o futuro”, disse.
“A alma do povo está doente e a música está doente”, acrescentou
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