"Se os dirigentes da Federação Angolana de Futebol (FAF) não têm capacidade para ela ser o mais organizada possível, então devem pôr o cargo à disposição," defendeu o presidente honorário daquele instituição, Armando Machado.
Ao participar no programa “Angola Fala Só”, Machado disse que a selecção angolana de futebol que participou no CAN19 no Egipto “podia e devia ter feito muito mais, mas não conseguiu porque houve desorganização”.
“Houve inclusivamente gente que meteu na cabeça dos jogadores telefonicamente que se revoltassem”, ´denunciou, recordando a paralisação dos treinos pelos jogadores devido à falta de pagamentos dos seus prémios.
A FAF não se tinha “acautelado” para “a falta de saúde financeira” que atravessa e deixou a crise arrastar-se para “uma situação que é deplorável”.
Machado acrescnetou que a “preparação não foi boa, foi horrível”.
Para o antigo dirigente, “gerou-se um mal-estar tremendo, que deu origem a que Angola se apresentasse sem a condição que tem com os sues jogadores”,.
Armando Machado fez notar que neste momento Angola atravessa um período difícil na formação de jogadores, havendo apenas dois clubes com escolas, o Primeiro de Agosto e o Petro de Luanda, que pertencem às Forças Armadas e à Sonangol, respectivamente.
“Não há condições económicas para se fazer a formação de jogadores”, disse o presidente honorário da federação fazendo notar que mesmo os campeonatos dos “cassolinhas” já não existem.
Interrogado, contudo, se para além da falta de condições económicas a interferência política resultou na queda de nível na administração dos clubes e do futebol angolano. Machado disse que “não há dúvidas que alguns tiveram acesso a clubes sem a formação desportiva para ocupar esses cargos”.
Ele recordou que durante a sua vigência à frente da FAF, a organização possuía o Hotel Palanca Negra que dava lucro para e que foi destruído por aqueles que “preferiam apoios do Estado”.
Interrogado ainda sobre a situação da Kabuscorp, o presidente honorário da FAF recordou que o clube teve no passado problemas ao alinhar jogadores irregularmente inscritos e todos sabem que não pagou a um jogado internacional “em fim de carreira”.
“Hoje a Kabuscorp está a pagar pelos erros que cometeu a sua direcção e o seu patrono quem quer que ele seja”, afirmou.
“O que falta em Angola é formação e dirigismo desportivo”, concluiu.