Vinte e cinco anos depois dos Estados Unidos e Angola terem estabelecido relações diplomáticas há grandes oportunidades para uma maior ligação económica e financeira entre os dois países, disseram dois especialistas angolanos à VOA.
Nos primeiros 19 anos da independência de Angola, os Estados Unidos não reconheceram o Governo de Luanda e durante a guerra civil deram grande apoio à UNITA.
O reconhecimento veio só em 1993 e a embaixada americana foi aberta um ano mais tarde.
Desde então, as relações entre os dois países têm vindo a melhorar e Washignton considera agora Luanda “como um parceiro estratégico” algo que o economista Jonuel Gonçalves considera ser também a posição das autoridades angolanos em relação aos Estados Unidos.
Aquele professor universitário é de opinião que não pode haver qualquer dúvida sobre essa posição do Governo angolano e faze notar que “a grande preocupação do Executivo "é, primemiro, não contrariar os Estados Unidos, segundo ter a aprovação dos Estados Unidos em termos políticos e terceiro garantir quie os Estados Unidos do ponto de vista económico e financeiro apoiem Angola".
Gonçalves faz notar que a polícia federal americana, o FBI, está pronta a colaborar com Angola na apreensão de fundos levados para fora do país, como resultado de operações ilegais.
“As indicações que há em Luanda é que o FBI está a preparar-se para fazer uma investigação nesse sentido sobre aquele dinheiro que foi desviado e que de alguma forma teve contacto delituoso com os Estados Unidos”, assgura aquele professor universitário.
Gonçalves fez notar também que “Angola precisa de vários mil milhões de dólares” para investir e diversificar a sua economia.
Interrogado sobre o facto de a China ser o principal parceiro económico de África e de Angola, Jonuel Gonçalves diz que a dívida angolana é de cerca de 21 mil milhões de dólares.
“Não é aconselhável aumentá-la, de maneira alguma”, afirma o economista que frisou que apesar da China oferecer juros mais baixos que os mercados de capital “neste momento Angola não tem condições de pagar”.
Já o analista angolano Augusto Báfua Báfua considera que as relações entre Washington e Luanda conheceram um enorme desenvolvimento devido ao empenho dos dois lados, com uma forte aposta de empresas americanas no sector do petróleo, enquanto o governo americnao ajudou muito no campo social, como, por exemplo, através do programa de luta contra a Sida.
Báfua Báfua, entretanto, acredita que o campo para uma maior e diversificada presença de investidores americanos é enorme e faz notar que em comparação com a África do Sul ou a Nigéria “Angola ainda é virgem”
O analista concordou que desde a administração Obama os estados Unidos têm vindo "a abrandar a pressão sobre as autoridades angolanas nas questões de direitos humanos", mas sublinhou que as autoridades angolanas “teve grande melhoria na questão dos direitos humanos”