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Angola e Cabo Verde podem fazer ponte área com EUA mas contexto económico é desfavorável


Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde (esq) e João Lourenço, Presidente de Angola (dir), Luanda
Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde (esq) e João Lourenço, Presidente de Angola (dir), Luanda

Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, admite essa possibilidade em visita a Benguela, onde se encontrou com a comunidade do arquipélago aí radicada

As autoridades de Cabo Verde podem ajudar Angola a estabelecer ligações aéreas com os Estados Unidos da América num contexto em que a redução da actividade económica, com o petróleo como principal indicador, é vista como contrariedade para o negócio.

Cabo Verde poderá cooperar com TAAG para acesso aos EUA – 2:40
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Numa visita a Benguela, à margem da Cimeira de Chefes de Estado e de Governos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada na capital angolana no último final de semana, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, revelou que o reforço da cooperação abre perspectivas nesse sentido.

Os Estados Unidos da América não serão o único destino para a companhia aérea de Angola, a TAAG, mas surgem na dianteira quando se olha para uma cooperação que o estadista considera ser verdadeiramente estratégica.

Fonseca, que entregou a Angola a Presidência da CPLP, está optimista.

"Podem as duas companhias nacionais ter acordos para outros destinos. Nós, por exemplo, temos licenças para os Estados Unidos da América, um grande mercado, e Angola não. Através disto, podemos voar mais longe, ir a mais sítios, mesmo a nível dos mercados da África Ocidental", sugere o Chefe de Estado cabo-verdiano.

À VOA, o presidente da Câmara de Comércio Angola/EUA, Pedro Godinho, que lembra barreiras linguísticas nesta rota, traz à reflexão a falência de uma iniciativa da Sonangol num passado recente.

"Faliu justamente porque a actividade económica baixou. Havia, de facto, uma actividade petrolífera muito intensa, de modo que as petrolíferas faziam os seus funcionários voar de Luanda a Houston e vice-versa. As ideias existem, são bem-vindas, mas todo negócio deve ter sustentabilidade financeira", avisa o líder associativo, acrescentando que "o problema da língua leva muitos angolanos à Europa, à terra de Camões".

Ligações áreas com os Estados Unidos da América em perspectiva, mas em terra há já marcas da cooperação económica entre Angola e Cabo Verde, como sublinha o Presidente Jorge Carlos Fonseca.

"Angola já disponibilizou a Cabo Verde uma enorme porção de terrenos agrícolas, na localidade da Quibala (Kwanza Sul). Foi mediante um contrato que pode trazer cidadãos cabo-verdianos para a produção, quer para o mercado angolano, quer para a exportação", sublinha o Presidente cabo-verdiano.

Num encontro com a comunidade cabo-verdiana radicada em Benguela, o estadista ouviu preocupações sobre dificuldades na obtenção de documentos para a aquisição da nacionalidade angolana.

Fonseca foi breve em responder, dizendo que tudo fará, junto da Embaixada em Angola e do Ministério angolano das Relações Exteriores, para solucionar o problema.

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