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Angola: Convulsões sociais podem aumentar, diz dirigente da Associação Científica de Angola


Pessoas montam barricadas durante manifestação em Luanda, Angola.. 24 outubro 2020
Pessoas montam barricadas durante manifestação em Luanda, Angola.. 24 outubro 2020

O Secretário Executivo da, ACA, Fernando Guelengue avisou que na sequência da vitória do MPLA nas eleições há agora o risco das convulsões sociais aumentarem no pais.

Durante o período de campanha política para as eleições gerais, os partidos UNITA e MPLA apresentaram programas de governo cujo sector social contempla o atendimento das preocupações prementes da população.

Guelengue considerou que muitos cidadãos estão agastados com a vida precária da grande maioria.

"Teremos vários cenários sociais, entre as quais o aumento das convulsões sociais", referiu o pesquisador autor do livro "Pobreza: O epicentro da exploração de menores em Angola", lançado em 2014 no Brasil.

A criação de um sistema de saúde eficaz com a humanização dos serviços, o respectivo aumento da produção na prestação dos de serviços, a responsabilização da negligência médica são desafios que o MPLA já provou que é incapaz de realizar,segundo Fernando Guelengue que associa a saúde à investigação científica.

"Tudo dentro do contexto angolano e africano é possível, mas como não há aposta na pesquisa científica isto se reflecte no sector social e em áreas-chave como a saúde", explicou.

No sector de ensino, Manuel Afonso, Investigador e Especialista em Ciências da Educação entende que constitui desafio, no quadro das políticas educativas, a formação de quadros em matéria de gestão escolar, uma vez que muitos deles estagnaram no tempo".

"Outro elemento é a formação em exercício do professor. Muitos professores depois de terminarem a formação nunca mais actualizaram os seus conhecimentos dali termos dificuldades nas práticas educativas que concorrem para as falhas nas políticas educativas do Estado", referiu o autor do livro "Pecados mortais no ensino, na aprendizagem e na avaliação: reflexões para as mudanças necessárias".

Para Marcos Gingubaz, activista cultural as propostas para o sector social apresentadas durante o pleito eleitoral são apenas promessas pois é a prática que vai determinar a sua utilidade.

"A campanha eleitoral da UNITA apresentou pontos desafiantes que distorcem aquilo que são as políticas do MPLA. Apreciei com bastante atenção programas sociais de partidos como a CASA-CE que se propôs a desafiar o contexto. O programa da UNITA e do PRS deram muito destaque a questão do salário da função pública, tudo porque percebem que durante os últimos anos a função pública não mereceu a atenção necessária”.

Ouça as entrevistas aqui

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