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Cacuaco: Bairro ANDA-SEQUEL "vendido a um português" à revelia dos moradores


Membros da Associação Nacional de Deficientes de Angola, que viviam no bairro, informados por funcionários da administração local de que vão ter que sair das suas casas

No princípio o bairro tinha sido atribuído a elementos da ANDA (Associação Nacional de Deficientes de Angola) daí o nome da zona ANDA-SEQUEL.
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O bairro cresceu e hoje existem mais de 50 famílias a viverem no local. Quinta-feira da semana passada os moradores foram surpreendidos por um cidadão de nacionalidade portuguesa acompanhado de dois funcionários da Administração de Cacuaco, identificados por senhor Kufuna e João Gamba. Levavam um documento da Administração dizendo que o bairro agora era pertença do cidadão português não identificado, isto provocou revolta entre os moradores:

“Apareceu um senhor Kufuna, com Joao Gamba dizendo que nós a partir daqui vamos sair porque venderam o bairro completo ao branco” disse uma moradora que não quis ser identificada por já terem recebido ameaças.

“Ninguém pode ir à rádio, se forem à rádio vão fazer de uma outra maneira”. Disse outra moradora.

Segundo a moradora já vivem ali desde 2002, como só agora aparece um estrangeiro com documento de 2012 a reivindicar o espaço?

“Este documento que vendeu o bairro é de 2012”, disse.

O que os moradores pretendem é dialogar com a administradora de Cacuaco mas não há sinal positivo neste sentido, diz outro morador:

Nós queremos uma audiência com a senhora administradora local de Cacuaco mas não nos querem conceder audiência”.

A administradora de Cacuaco não os quer receber mas atendeu a VOA. Rosa Janota diz ter sido apanhada de surpresa.

“Eu não sei nada disso, eu vou saber deles agora mesmo, vou-lhes mandar chamar, para saber o que houve e o que não houve”.

A responsável máxima do município de Cacuaco usou um dito popular para manifestar que não tem o controlo total sobre os seus funcionários:

“Isto é como os filhos em casa: um sai e você pensa que foi à escola afinal não foi, e é assim”.

É assim, e mais não disse a administradora de Cacuaco, Rosa Janota. Uma atitude, a da administradora, que deixou perplexa a activista cívica Ermelinda Freitas:

“Há documentos com carimbo da administração e das duas, uma: ou a senhora administradora não sabe com quem trabalha, ou então há muita confusão lá dentro porque ela como administradora devia saber quem é quem la dentro”.

A também membro do partido Bloco Democrático acha inconcebível os angolanos serem despejados de suas terras em favor de estrangeiros.

“Nao podem tirar a terra do angolano para dar ao estrangeiro, nós somos os donos da terra, primeiro o angolano, depois os outros”.

Activista cívica Ermelinda Freitas e o caso dos moradores do ANDA-SEQUEL em Cacuaco, aqui em Luanda.
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