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Caminhos-de-Ferro de Benguela à procura de soluções


Com chegada de locomotivas levantam-se várias possibilidades.

As primeiras de cem locomotivas adquiridas por Angola á General Electric para esse caminho-de-ferro deverão ser entregues este ano a partir de Dezembro.

Os caminhos-de-ferro de Benguela foram em tempos a via para países vizinhos, como a República Democrática do Congo e a Zâmbia escoarem os seus produtos. Veio a guerra, a linha ficou inviabilizada. Veio a paz e o governo angolano gastou milhares de milhões de dólares a reabilitar a via e o porto de minérios do Lobito.

As autoridades dizem que as locomotivas permitirão avançar com o projecto de transporte de minérios mas até agora o negócio dos países vizinhos ainda não chegou.

O futuro dos caminhos de ferro de Benguela
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Para que os países não bafejados pelo Oceano Atlântico comecem a utilizar o Terminal Minério do Lobito, que custou ao Estado 522 milhões de dólares, é necessário que seja construído o ramal que liga o Luau (Moxico) à RDC, qualquer coisa como 300 quilómetros

No seu plano de desenvolvimento até 2017, já analisado pela estrutura central, o governador provincial sugere um centro logístico para atrair empresários daqueles países, com custos que podem desviar o negócio da África do Sul.

Informações disponíveis, nunca desmentidas pelas autoridades, apontam para uma certa desconfiança, devido à fiabilidade da linha, à reduzida velocidade dos comboios, que deve ser solucionada com a substituição de locomotivas, e ainda a questão dos custos.

O economista Fernando Heitor, consultor internacional, aponta como alternativa ao impasse a construção de ramais ferroviários nas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.

É a corrida aos principais centros de consumo, diz o consultor internacional.

‘‘O Governo deve criar ramais nas zonas de produção agrícola”, explicou.

Acontece, porém, que o Governo pretende ver de volta os cerca de dois mil milhões de dólares investidos na reabilitação e modernização do Caminho-de-ferro de Benguela. Carlos Gomes, presidente do Conselho de Administração, tem a receita.

‘’Queremos transportar o cobre, só assim criamos riquezas e alavancamos a economia. Neste momento, limitamo-nos a transportar pessoa, cobrando 1.300 Kwanzas por cada passageiro que saia do Lobito ao Huambo’’, salienta o gestor.

Talvez por isso o governador de Benguela defenda uma indústria mineira funcional nas províncias atravessadas pelo CFB

‘’Ao longo de vários anos, nem Huambo, nem Bié, nem Moxico e nem ninguém criou uma indústria mineira capaz de fornecer ao CFB”, disse.

“ Agora, com a linha pronta, temos de levar o nosso, já que eles não trazem’’, realça o governante.

Isaac dos Anjos lembra que está na forja a construção de um centro logístico no Cubal, que pode desviar empresários zambianos e congoleses da rota de Durban, África do Sul

’Neste centro do Lobito, os empresários poderão pagar cem dólares por cada contentor. Vamos pedir menos do que se pede na plataforma do Lobito. Desta forma, eles esquecem-se de Durban’’,acrescentou..

Em Agosto de 2014, o Presidente José Eduardo dos Santos procedeu à inauguração de infra-estruturas portuárias com custos correspondentes a 1% do Produto Interno Bruto.

Esperava-se que o Porto Minério, hoje reduzido à insignificância, começasse a escoar a produção da Zâmbia e da RDC em Dezembro do mesmo ano.

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