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Angola: Ativistas em greve de fome com medo de envenenamento, autoridades descartam tal possibilidade


Gilson da Silva Moreira "Tanaice Neutro", ativista angolano
Gilson da Silva Moreira "Tanaice Neutro", ativista angolano

UNITA pede libertação de "presos políticos" e diz haver uma onda de perseguição a ativistas

Dois ativistas angolanos detidos a 16 de setembro e condenados a dois anos e cinco meses de prisão efetiva pelos crimes de desobediência e resistência, após participarem numa manifestação contra restrições impostas aos mototaxistas na circulação em Luanda, estão em greve de fome.

Eles dizem temer serem envenenados, mas o porta-voz dos Serviços Penitenciários descarta qualquer possibilidade de envenenamento.

Neste fim de semana, a UNITA voltou a criticar o que chamou de "onda de perseguições" contra ativistas e exigiu a libertação de "presos políticos".

Gilson da Silva Moreira, mais conhecido por "Tanaice Neutro", e Hermenegildo André, também chamado de “Gildo das Ruas”, mantêm a greve de fome em protesto.

José Gonga, pai de “Gildo das Ruas”, disse à Voz da América que ele entrou em greve porque “a direção prisional não aceitou as suas petições, porque há suspeita de envenenamento se porventura a alimentação passa pela mão de terceiros”.

Também Cativa Victor, irmão de Tanaice Neutro, afirmou à Voz da América que ele “está há mais de quatro dias sem comer, ou seja, está em greve de fome, porque a comarca de Caquila não permite que a família entregue comida ao Tanaice”.

Por seu lado, Meneses Cassoma, porta-voz dos Serviços Penitenciários, descarta qualquer possibilidade de envenenamento.

“Os reclusos têm o direito de receber a alimentação da família e, no âmbito do princípio da humanização, reabilitação e reintegração social dos reclusos que norteiam a atividade penitenciária, od Serviços Penitenciários têm um conjunto de mecanismos para salvaguarda da integridade física e do bem vida de todos os reclusos no país”, assegurou Cassoma à Voz da América.

Na mesma ocasião foram também detidos e condenados Adolfo Campos, e Abraão Pedro Santos

No campo político, a UNITA, na oposição, disse existir uma onda de perseguições contra ativistas que visa por medo e inibir a realização de protestos de rua e pediu a libertação de todos os “presos políticos”.

A exigência está expressa no comunicado saído da III Reunião Ordinária da Comissão Política que teve lugar no fim de semana em Luanda.

“Denunciar a onda de perseguição e prisões arbitrárias dos jovens ativistas, pelos órgãos de justiça e pela justiça com objetivo de desencorajar a sua participação na vida política” e “exigir a imediata e incondicional libertação de todos os presos políticos em Luanda e noutras regiões do país”, lê-se na nota apresentada pelo porta-voz do partido do “Galo Negro”.

Marcial Dachala concluiu que a UNITA apela “ao fim imediato a crescente onda de intimidação e repressão das autoridades contra o movimento reivindicativo”.

Nem o Governo nem o MPLA reagiram a estas acusações.

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