A Agência das Nações Unidas de Luta Contra a Corrupção (UNODC ) vai abrir em Angola, ainda neste ano, um escritório.
Paolo Balladelli, coordenador residente da ONU em Luanda, tinha pedido recentemente “uma presença muito mais forte” do organismo” para reforçar a luta contra a corrupção no país.
Analistas angolanos saúdam a decisão do Governo, mas chamam a atenção para a necessidade de não se colocar impedimentos ao escrutínio das contas do Estado “ao mais alto nível”.
O jornalista Ilídio Manuel aponta a “conta-petróleo” como um assunto a que o anterior Governo sempre se recusou que fosse monitorada por organismos internacionais, pela sociedade civil e pela oposição política.
“Resta saber até que ponto o Governo está disponível para abrir os dossiers”, questiona Manuel.
Para o representante da organização não governamental Friends Of Angola, Rafael Morais, a presença das Nações Unidas em Angola pode ajudar a repatriar ao fundos dsviados do Estado, mas defende a participação da sociedade civil nesse processo.
O representante da ONU disse que a UNODC “já está a trabalhar no país em diferentes domínios, nomeadamente para assegurar que existe transparência nas transações comerciais no âmbito da SADC”.
As declarações de Paollo Balladelli foram proferidas por altura da assinatura do acordo de cooperação para o triénio 2020-2022 entre as Nações Unidas e Angola.
A UNODC implementa as medidas tomadas por convenções internacionais de controlo de drogas, contra o crime organizado transnacional e corrupção.