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Analistas moçambicanos "dão luz verde" ao acordo entre Maputo e Lisboa no sector da defesa


Filipe Nyusi no Encerramento do Curso Militar em Montepuez, na Província de Cabo Delgado.
Filipe Nyusi no Encerramento do Curso Militar em Montepuez, na Província de Cabo Delgado.

Moçambique e Portugal assinam acordo na segunda-feira

Analistas moçambicanas classificam de importância estratégica o Programa-Quadro de Cooperação no domínio da defesa a ser assinado na segunda-feira, 10, em Lisboa, pelos ministros de Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, e de Moçambique, Jaime Neto.

O programa prevê a formação das forças especiais moçambicanas por militares portugueses e defende uma resposta multifacetada à situação em Moçambique, e além de treino tropas especiais, fuzileiros e comandos, inclui tamebém outras linhas de cooperação militar nomeadamente as componentes terra-ar e informações.

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Para o analista Raúl Domingos, o acordo que cobre o período 2021-2026 é de extrema importância porque Portugal conhece bem o território moçambicano, onde combateu a Frelimo durante a luta pela independência deste país africano.

"Para além disso", realça o ex-número dois da Renamo, "os mapas que nós usamos durante a guerra dos 16 anos, obtivêmo-los a partir da Força Aérea Portuguesa, isto para realçar o conhecimento que Portugal tem sobre o território moçambicano".

Por seu turno, o analista Fernando Cardoso diz que este tipo de acordos é a melhor forma de resolver o conflito em Cabo Delgado " porque esta guerra combate-se com unidades especiais e com forças de paises estrangeiros, incluindo Portugal, que não pode ter tropas no terreno, mas pode ajudar, e está há bastante tempo a ajudar a formação da polícia e do exército moçambicano".

Raúl Domingos considera que este é um aspecto muito importante, porque até aqui, os insurgentes têm demonstrado possuirem mais meios do que as forças moçambicanas.

Aquele especialista referiu o facto de o acordo com Portugal ser anunciado poucos dias depois de ter terminado a formação de fuzileiros navais moçambicanos por instrutores norte-americanos, sublinhando que "todos estes passos deveriam ter sido dados há bastante tempo, levando a sério aquilo que era a situação no terreno, em Cabo Delgado".

A contribuição de Portugal para a formação e capacitação das forças moçambicanas prevê o treino de "sucessivas companhias" das forças armadas, em três a quatro meses, durante três anos, o que representa um "triplicar" do investimento português em projetos de cooperação com aquele país, que existe desde 1988.

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