A decisão do Governo angolano de reduzir as missões diplomáticas no exterior está a ser bem recebida por observadores nacionais.
Ao anunciar a decisão o ministro das Relações Exteriores Manuel Augusto alegou a situação económica e financeira do país, que “não permite manter, com a dignidade desejada”, algumas dessas estruturas.
O analista Lukombo Zatuzola considera que muitas embaixadas são hoje o "vale dos caídos" de algum políticos angolanos e defende a escolha de quadros jovens para reforçar a diplomacia.
Por sua vez o analista social, André Augusto também considera que a existência de algumas embaixadas há muito que não se justificava.
Augusta manifesta-se, entretanto, contra o encerramento do Consulado em Lisboa alegando laços históricos e a existência de uma forte comunidade angolana na capital lusa.
Para o economista Faustino Mumbica, o país deve usar as embaixadas para promover a diplomacia económica e não acomodar politicamente alguns pessoas.
A proposta de redução das embaixadas, feita pelos órgãos auxiliares do Presidente da República, sugere o encerramento das embaixadas em Singapura, Indonésia, Vietnam, Holanda, México, Canadá, Grécia, Hungria, Polonia e Guiné-Conacri.
Em relação às missões consulares, o documento propõe, entre outros, o encerramento dos consulados gerais em Londres, Dubai, Nova Iorque, Houston, Cidade do Cabo e Joanesburgo.
De acordo com os autores da proposta, a medida deve poupar mais de 41 milhões de dólares.
O documento defende igualmente a passagem à reforma de diplomatas com mais de 75 anos de idade.