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Amnistia Internacional exige investigação ante vídeo com cadáveres queimados em Cabo Delgado


Aeródromo de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, Moçambique
Aeródromo de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, Moçambique

A Amnistia Internacional (AI) instou as autoridades moçambicanas e a Missão para Moçambique da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) a tomar medidas depois de um vídeo posto a circular nas redes sociais em que aparentemente soldados aparecem queimando cadáveres na província de Cabo Delgado.

O director para a África Oriental e Austral da AI, Tigere Chagutah, disse, em comunicado nesta quinta-feira, 12, que aquelas entidades devem “iniciar uma investigação rápida, completa e independente sobre as circunstâncias desses assassinatos e a queima dos corpos e qualquer pessoa contra a qual existam provas admissíveis suficientes deve ser processada em julgamentos justos”.

A nota destaca que “a segurança em Cabo Delgado não deve ser feita à custa de violações dos direitos humanos”.

Para a organização de defesa dos direitos humanos, o vídeo “viral que mostra soldados queimando cadáveres é outro evento horrível que dá uma ideia do que está acontecendo longe da atenção da mídia internacional nesta guerra esquecida em Cabo Delgado”.

“Tragicamente, parece que incidentes de violência contra civis, execuções extrajudiciais e outras violações de direitos humanos e violações do direito humanitário internacional ainda estão ocorrendo, conforme previamente documentado pela Anistia Internacional”, lê-se na nota.

O vídeo, analisado pela AI , ganhou força nas redes sociais na terça-feira e nele vê-se pelo menos um membro da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF) a assistir e a filmar o evento.

Como a VOA informou na terça-feira, 10, a Força de Defesa Nacional da África do Sul divulgou um comunicado no qual reconheceu a presença de seus membros.

A AI diz que o incidente deve ter ocorrido durante o mês de Novembro de 2022 em Cabo Delgado, onde a força regional da SAMIM que inclui tropas da Força de Defesa Nacional da África do Sul, tem lutado contra grupos rebeldes armados desde 2021 ao lado das forças do governo de Moçambique.

Tigere Chagutah conclui a nota afirmando que “a queima do que parecem ser cadáveres por soldados é deplorável e provavelmente é uma violação da lei humanitária internacional, que proíbe a mutilação de cadáveres e exige que os mortos sejam descartados de maneira respeitosa”.

O Governo de Moçambique ainda não se pronunciou sobre este tema.

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