A Amnistia Internacional (AI) acusou nesta sexta-feira, 22, as Forças Armadas (FA) nigerianas de executarem a tiro mais de 350 muçulmanos xiitas, que depois foram enterrada em valas comuns como forma de eliminar as provas do crime.
Em comunicado, a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos contestou também alegações do exército de que manifestantes do Movimento Islâmico da Nigéria quiseram matar o chefe de Estado Maior das FA antes dos confrontos em Dezembro último.
Os militares, que têm sido várias vezes acusados de abusos contra civis na luta que contra o grupo muçulmano sunita jihadista Boko Haram, alegam que as tropas actuaram de forma apropriada.
O porta-voz do ministério nigeriano da Defesa, general brigadeiro Rabe Abubakar, considerou injusto o relatório da AI, com o argumento de que os militares não foram consultados antes da sua publicação.
"Se eles têm provas concretas, que as mostrem para que todos as vejamos. Não podemos entrar em confronto com cidadãos respeitadores da lei", afirmou à agência France Press.
A AI afirma que as suas investigações concluíram que os militares actuaram ilegalmente ao dispararem indiscriminadamente contra manifestantes desarmados.
"O exército nigeriano queimou pessoas vivas, destruiu edifícios e despejou os corpos das vítimas em valas comuns", denunciou a AI.