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Navio americano retido no Lobito por contrabando de material de guerra


O cargueiro americano Maersk Constellation está detido no porto do Lobito, por alegadamente transportar cinco contentores com material de guerra, destinado ao Quénia, alegadamente não declarado no manifesto de carga.
O cargueiro americano Maersk Constellation está detido no porto do Lobito, por alegadamente transportar cinco contentores com material de guerra, destinado ao Quénia, alegadamente não declarado no manifesto de carga.

Maerks Constellation acusado de transportar munições anti-aéreas sem as declarar; armador diz que se trata de exportação legal e que "todos os documentos foram entregues às autoridades".

As autoridades angolanas apreenderam um navio americano no porto do Lobito, que transportava material de guerra, alegadamente com destino ao Quénia - soube a Voz da América.

Luanda alega que a carga militar não estava declarada no manifesto. O armador insiste que se trata de uma exportação "em conformidade total com a lei".

Um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Luanda disse "ter conhecimento de que a tripulação de um navio comercial, com bandeira americana, atracado no porto do Lobito, foi detida por razões que têm que ver com questões aduaneiras."

O cargueiro Maersk Constellation, navegando sob pavilhão dos Estados Unidos, transportava - entre outra carga - bens alimentares do governo americano para assistência humanitária às escolas de Benguela.

Segundo uma fonte da Voz da América, os armadores apresentaram às autoridades locais um manifesto indicando que a carga humanitária era soja, destinada à ONG sul-africana JANO Internacional.

O porta-voz da embaixada disse que a ajuda "destinada a Angola já foi descarregada" e que se trata de "produtos agrícolas para crianças em idade escolar na província de Benguela proveniente do Departamento da Agricultura ao abrigo do programa Merenda-Escolar."

O cargueiro Maersk Constellation, fotografado em finais de Janeiro, no porto americano de Lake Charles, Louisiana, antes de partir para África.
O cargueiro Maersk Constellation, fotografado em finais de Janeiro, no porto americano de Lake Charles, Louisiana, antes de partir para África.

Mas na inspecção do navio, para além da soja, também foram encontrados cinco contentores com munições para armas anti-aéreas, que a tripulação disse destinar-se às Forças Armadas do Quénia - e não estavam declarados no manifesto.

O porta-voz da embaixada disse saber, através de contacto com as autloridades angolanas, "que há no navio outras mercadorias destinadas a outros países".

Um porta-voz da Maersk Lines disse à VOA que a "carga perigosa" a bordo do navio faz parte de uma "exportação autorizada pelo governo americano e que é transportada em comformidade total com as leis dos Estados Unidos e com a legislação internacional".

Afirmando que o navio foi detido "para verificação de documentação", a empresa acrescenta que está em contacto com entidades angolanas e americanas, e espera uma solução que proporcione a continuação da viagem do navio". O porta-voz insiste que "a documentação própria" foi entregue aos serviços aduaneiros e que a tripulação cooperou e continua a cooperar com as autoridades.

Fontes da Voz da America disseram que navio partiu do porto de Lake Charles, no estado de Louisiana, e fez uma escala em Dakar, tendo chegado ao Lobito no dia 28 de Fevereiro, descarregando, nesse dia, a assistência alimentar americana. O material de guerra posteriormente encontrado a bordo foi transferido para uma unidade militar em Benguela.

O navio ficou detido juntamente com os seus 23 tripulantes dos quais 20 (incluindo o capitão Stancil Jason) são americanos. O Maersk Constellation, que viaja sob pavilhão americano, e os tripulantes estão detidos enquanto decorrem as averiguações.

"As autoridades locais apropriadas estão a dar o devido tratamento a esta situação", adianta o porta-voz americano, sublinhando reconhecer "a legitimidade do Governo Angolano de fazer cumprir os regulamentos aduaneiros".

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