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Alegado apoio ao M23 leva a República Democrática do Congo a suspender voos da RwandAir


Rebeldes do M23
Rebeldes do M23

A República Democrática do Congo disse que suspenderá os voos da RwandAir e convocou o embaixador de Kigali, após as autoridades acusarem o Ruanda de apoiar o grupo rebelde M23.

Kinshasa disse esta semana que Kigali apoiava o Movimento 23 de Março, que Ruanda nega, quando há novos confrontos entre o exército congolês e a milícia no leste do país.

As autoridades da República Democrática do Congo disseram, na sexta-feira, que tomariam "medidas conservadoras" contra o Ruanda, que incluíam o bloqueio de voos da transportadora nacional, disse uma autoridade.

A decisão foi tomada após uma reunião extraordinária do Conselho Superior de Defesa presidida pelo presidente congolês Felix Tshisekedi.

"Foi decidido suspender imediatamente os voos da empresa de aviação RwandAir para a República Democrática do Congo", disse o ministro das Comunicações, Patrick Muyaya.

"Também foi decidido convocar o embaixador ruandês para notificá-lo da total desaprovação do governo congolês", acrescentou.

A RwandAir respondeu, no sábado, cancelando "com efeito imediato" todos os voos para Kinshasa, Lubumbashi e Goma, informou a companhia aérea em comunicado.

O governo congolês alega que o governo ruandês apoia os rebeldes M23 no leste do país, citando equipamentos militares aparentemente encontrados, além de depoimentos de moradores e imagens capturadas por soldados.

Kinshasa também acusa Kigali de prejudicar um processo de paz mediado pelo presidente queniano Uhuru Kenyatta, que detém a presidência rotativa do grupo da Comunidade da África Oriental.

Principalmente um grupo tutsi congolês, o M23 é um dos mais de 120 grupos armados que vagam pelo leste da República Democrática do Congo, muitos dos quais são um legado de guerras regionais há mais de duas décadas. Capturou brevemente a capital provincial, Goma, no final de 2012, antes da rebelião ter sido atacada pelo exército.

Mas o M23 voltou a lutar este ano, acusando o governo congolês de não respeitar um acordo de 2009, sob o qual os seus combatentes seriam incorporados ao exército.

Confrontos recentes entre os militares e os rebeldes do M23 no leste da RDC deslocaram 72.000 pessoas, informou a Organização das Nações Unidas, na sexta-feira.

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