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Agricultores angolanos esbarram com dificuldades no escoamento dos seus produtos


Governo diz que produção nacional ocupa já 75 por cento das prateleiras dos supermercados e lojas do país.

Numa altura em que o Gverno angolano diz estar voltado para a produção nacional através do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), na província da Huíla agricultores falam em dificuldades em escoar a produção.

José João, da cooperativa agrícola 1º Maio, no município da Matala, lamenta o facto de parte de cerca de 90 toneladas de batata rena e outras tantas de cebola terem de ficar em frio perante um mercado pouco competitivo.

“Nós tínhamos 94 toneladas e vendemos um bocado no mercado paralelo e outra parte levamos para os camaradas. Os preços são muito reduzidos e o agricultor não tem como fazer”, diz João.

No município da Humpata mais de 400 toneladas de citrinos estão em vias de estragar num grande projecto agroindustrial local para o desalento da administradora municipal, Rita Soma.

“Esta fruta em princípio devia ser para a fábrica, mas a fábrica está paralisada. Há este engarrafamento de termos a fruta neste momento em árvores. O constrangimento é que há um conflito entre a fruta na árvore e a floração as árvores, e ainda temos fruta no terreno”, explica.

A Igreja Evangélica Congregacional em Angola, com projectos sociais com alguns virados para a agricultura, defende que os programas governamentais no sector devem ter em conta principalmente as famílias.

“Desejamos que os programas de investimentos públicos dirigidos ao desenvolvimento nos municípios e as comunas também tenham em consideração o apoio às famílias. É necessário aproximar um pouco mais aquilo que chamam de negócio do campo a famílias produtoras”, defende o secretário-geral daquela denominação religiosa, reverendo André Eurico.

O Governo angolano mostra-se satisfeito com resultados do PRODESI e aponta como um dos exemplos o facto de as hortícolas ocuparem já 75 por cento das prateleiras dos supermercados e lojas do país.

Nos mercados informais, a presença dos produtos nacionais está acima dos 95 por cento.

O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, à margem da realização recente no Lubango da Agri-Huíla, feira de exposição dos produtos do campo, apelou ao empenho de todos no estabelecimento da rede de produção, escoamento e comercialização.

“O Ministério da Indústria e Comércio tem mantido uma relação de aproximação aos operadores de toda a cadeia produtiva e os dados que nos chegam são igualmente animadores sobre a capacidade instalada para grande parte dos produtos hoje aqui expostos seguramente e com alguma determinação e os apoios necessários Angola estará em breve em condições de virar-se para exportação dos produtos saídos dos nossos campos dos nossos aviários, etc.”, garante o ministro.

O Governo assegura estarem criadas as condições para dar melhor tratamento a produção nacional.

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