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ANC afirma que apoio ao partido de Mugabe conduzirá ao progresso no Zimbabué


Jacob Zuma presidente da Africa do Sul, fotografado, no ano passado, com Robert Mugabe, do Zimbabwe (Arquivo)
Jacob Zuma presidente da Africa do Sul, fotografado, no ano passado, com Robert Mugabe, do Zimbabwe (Arquivo)

Partido no poder na Africa do Sul entende que não pode abandonar a ZANU-PF por causa da sua relação com o passado e história de libertação

O partido no poder na África do Sul está a assumir um papel mais activo no continente africano, com pronunciamentos que visam por cobro aos conflitos no Mali, Nigéria, Congo, sudão e a República Centro Africana.

No entanto um novo conflito poderá estar próximo das fronteiras sul-africanas com a realização em finais deste ano de eleições vistas desde já como potencialmente contenciosas no Zimbabué.

Durante décadas, o sistema do apartheid na manteve o país fora das politicas do continente africano. A então Organização de Unidade Africana estava do lado do então proibido Congresso Nacional Africano – ANC, que derrubou o regime racial sul-africano.

Hoje, o ANC enquanto partido no poder está a pressionar o país para assumir maiores protagonismos na política africana, enquanto maior potência e mais estável democracia do continente.

Actualmente uma das questões mais quentes encontra-se na vizinhança. Trata-se do vizinho Zimbabué. Os críticos afirmam que as relações entre os dois países poderão causar problemas a Africa do Sul ao ter que lidar com o resto do continente e os seus arraigados líderes.

O Zimbabué tem sido governado desde a sua independência em 1980 pelo presidente Robert Mugabe. Nos últimos anos, Mugabe tem sido alvo de sanções internacionais pelo recurso a violência política contra os que opõem ao seu partido ZANU-PF. O presidente zimbabueano é igualmente acusado de ter arruinado a economia do seu país, uma das mais prósperas do continente. Esse colapso económico e intimidações políticas forçaram centenas de milhares de sul-africanos a fugirem para a vizinha Africa do Sul.

A conselheira de políticas internacionais do presidente sul-africano, Lindiwe Zulu, diz que o ANC vai continuar ao lado da ZANU-PF por causa de sua história como partido de libertação.

“O ANC vai continuar a ter a relação que sempre teve com a ZANU-PF. Esta é a questão que sempre colocam: vocês estão ou não em contradição quando por um lado enquanto governo facilitam o processo de conversações de paz para o avanço do Zimbabué, e por outro lado, está o ANC que diz mesmo que “iremos apoiar a ZANU-PF quando pedirem apoio no que toca a troca de ideias, no tocante as eleições?”

Essa relação forte entre os dois partidos, diz ela tem permitido aos negociadores sul-africanos a falarem aberta e criticamente com os responsáveis zimbabueanos quando em encontros a porta fechada.

Zulu acrescentou que a região vai acolher uma cimeira especial sobre o Zimbabué em Junho, antes das programadas eleições presidenciais. O presidente Robert Mugabe tem 89 anos e é candidato para mais um mandato.

Um porta-voz da oposição sul-africana a Aliança Democrática, Mmusi Maimane diz que o seu partido não apoia o partido no poder no Zimbabué, tanto em ideias como na prática como faz o ANC. Ele considera que o apoio do ANC a ZANU-PF traduz o apoio do governo sul-africano ao regime zimbabueano.

“Penso que o ANC não deve tentar forçar os sul-africanos a acreditar que eles nunca foram culpados no passado unir o estado e o partido. E de facto, há prova doméstica onde o ANC usa os recursos do estado para as suas acções partidárias, actividades políticas… Portanto para eles argumentarem uma separação do estado e do partido nesta instância particular é particularmente escamoteador.”

Responsáveis do ANC disseram esperar que as eleições no Zimbabué venham a ser livres e justas. As ultimas eleições zimbabueanas realizadas em 2008 resultaram em violência, com os apoiantes da ZANU-PF na sua maioria contra o Movimento para Mudança Democrática. A disputa dos resultados forçou o presidente Mugabe a formar um governo de unidade nacional que a ZANU-PF já fez saber que pretende abandonar.
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