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ONU revela 40 por cento de redução de mortalidade da Sida na Africa Oriental e Austral


Michel Sidibe, director-executivo da ONUSIDA
Michel Sidibe, director-executivo da ONUSIDA

Número de pacientes com acesso aos tratamentos subiu dos seiscentos mil para mais de seis milhões de pessoas em menos de uma década

A Agencia de Luta contra a Sida das Nações – ONUSIDA – anunciou o que os seus responsáveis descrevem como um progresso significativo no combate a esta doença na África Oriental e Austral.

O relatório indica que os números de mortos causados pela Sida reduziram-se drasticamente e o mesmo acontece com os novos infectados – como resultado de disponibilidade de tratamento.

Apesar desses resultados animadores os responsáveis da ONUSIDA mantém os alarmes, afirmando que os desafios de luta contra a essa pandemia ainda persistem.
Altos dirigentes dos sectores da saúde e de ajuda saudaram os ganhos no combate a doença na África Oriental e Austral, onde houve uma redução em cerca de 40 por cento de mortes relacionadas com a Sida, isto referente a 2005 e em 50 por cento de redução no que toca as novas infecções entre elas de crianças desde 2001.

Segundo os mesmos, as causas são simples. O número de pessoas recebendo o tratamento retroviral aumentou consideravelmente de 625 mil em 2005 para 6,3 milhões em 2012.

Mas esta doença, disse o ministro etíope da saúde, não é acerca de números. O Dr Kesetebirhan Admasu diz que continua obcecado pela atitude de alguns pacientes que teve há dez anos quando ainda exercia a medicina. Na altura, adiantou o médico os hospitais etíopes estavam cheios de pacientes de Sida, a doença era um tabu e a imprensa a descrevia com horror.

Admasu foi um dos primeiros médicos do seu país a tratar doentes do HIV/Sida e recorda que naquele momento o tratamento era complicado e caro.

“Quando inciamos o programa e durante cerca de um ano nós apenas fazíamos para ter 5 mil pacientes. Eles tinham que apresentar algum tipo de prova de que iriam continuar a receber o tratamento e pagar por isso. Ainda me lembro de uma mãe de seis filhos que veio a minha clinica em busca de tratamento. Era desempregada, o seu marido tinha morrido de Sida, e duas de suas filhas trabalhavam para o governo. E ela teve que trazer as duas filhas, para assegurar-nos de que iria pagar pelo tratamento.”

O Dr Kesetebirhan Admasu não deu mais detalhes sobre o que aconteceu a sua paciente. Mas disse que o seu governo está a tentar evitar situações dessas, através de implementação de medidas sérias de cuidados sanitários, incluindo um verdadeiro exército de especialistas saúde treinados e também através do acesso livre aos medicamentos.

As medidas parecem ter funcionado. A Etiópia está entre os sete países africanos onde o número de casos de mortes relacionados com a Sida baixaram em mais de 50 por cento desde 2005. É também um dos sete países onde os níveis de infecções diminuíram consideravelmente.

O país com a maior taxa de prevalência da Sida, África do Sul, também fez progressos na luta contra a doença. A ONUSIDA estima que cerca de 5,6 milhões de sul-africanos estejam infectados com o HIV.

O ministro da saúde, Dr Aaron Motsoaledi disse que era optimista, especialmente desde que assumiu a tutela do ministério, houve uma mudança para o facto de a doença estar a ser considerada como um caso sério e tratado com base numa metodologia científica.

As preocupações persistem no entanto no seio dos responsáveis da Agencia das Nações Unidas de Combate ao Sida. Por exemplo a prevalência do vírus de Imuno Deficiencia Humana – HIV – é mais alta entre a jovens mulheres com 4,5 por cento em 2011, duas vezes mais que nos homens. Por isso a ONUSIDA considera que o maior desafio continua a ser, a sensibilização dos jovens para tomarem as devidas precauções.
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