O presidente da Renamo revelou não ser possível declarar um cessar-fogo em Moçambique sem que as condições sejam criadas para tal.
Afonso Dhlakama fez esta declaração numa teleconferência com jornalistas a partir da Gorongosa nesta-sexta-feira, 17, em que revelou terchegado a um entendimento com o Presidente moçambicano de que equipas da Renamo e do Governo deverão acertar todos os detalhes antes do encontro entre os dois líderes.
"Quando tudo for cozinhado, já podemos apadrinhar e abraçarmo-nos, para evitar decepcionar o povo de Moçambique e a própria comunidade internacional", disse Dhlakama, depois de ter conversado na quarta-feira e quinta-feira com Filipe Nyusi.
O presidente da Renamo corroborou que Nyusi aceita a presença de mediadores como disse na quinta-feira, o Presidente da República, tendo Dhlakama reiterado que ela passaria “pela União Europeia, Africa do Sul e Igreja Católica”.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de um cessar-fogo imediato, Afonso Dhlakama considerou complicado tal cenário e defendeu a necessidade de garantias de segurança.
"Tudo pode ser negociado para que haja a tranquilidade nas estradas e nas famílias, gostaria, mas não posso adiantar, porque isto tem implicações, cessar-fogo significa o quê, pararmos, você para, alguém está escondido ali, você pensa que já está, paramos, alguém vai te capturar, vai te matar", justificou Afonso Dhlakama.
Desde as eleições de 2014, cujos resultados a Renamo não aceita, Moçambique tem conhecido uma instabilidade crescente.
Nos últimos meses, vários ataques atribuídos pelo Governo à Renamo, têm criado muita tensão no centro e norte do país, com as Forças de Defesa e Segurança a montarem colunas para patrulhar as estradas mais afectadas.
A crise também levou a que mais de nove mil moçambicanos se refugiassem no Malawi.
