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Advogado de vice-presidente de Angola diz desconhecer acusação em Portugal


Manuel Vicente era, na altura dos casos investigados, PCA da Sonangol
Manuel Vicente era, na altura dos casos investigados, PCA da Sonangol

Manuel Vicente é acusado de corrupção activa, branqueamento de capitais e falsificação de documento

O advogado do vice-presidente de Angola e antigo presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, afirmou que o seu cliente não foi notificado, nem informado, de qualquer acusação da justiça portuguesa, no âmbito da "Operação Fizz", relacionada com corrupção e branqueamento de capitais.

A reacção de Rui Patrício surge depois de, nesta quinta-feira, 16, a imprensa lusa ter divulgado que o Ministério Público daquele país acusou o procurador Orlando Figueira, o vice-presidente angolano Manuel Vicente, o advogado Paulo Blanco e o representante de Vicente em Portugal, Armindo Pires, no âmbito daquela operação.

"Muito me espanta que o meu constituinte possa ter sido acusado, não só porque nada tem a ver com os factos do processo, mas também porque nunca foi sequer ouvido", escreveu o advogado em nota enviada às redacções.

Patrício diz ainda que a violação dessa obrigação processual “invalida o processo”.

A acusação

Manuel Vicente, que na altura dos casos investigados era PCA da Sonangol, é acusado de corrupção activa, branqueamento de capitais e falsificação de documento.

A "Operação Fizz" investigou o pagamento de contrapartidas ao magistrado do Ministério Público Orlando Figueira em troca de favorecer interesses de terceiros, em dois processos.

Na altura, Figueira encontrava-se em licença sem vencimento de longa duração.

A imprensa portuguesa refere que a Procuradoria Geral da República considera que os demais três arguidos estão acusados de, em conjugação de esforços, terem pago a Orlando Figueira cerca de 808 mil euros e oferecido outras vantagens, designadamente, a colocação profissional numa instituição bancária.

Em troca, o magistrado arquivou dois processos, favorecendo o então presidente da empresa angolana, Manuel Vicente.

Além de Vicente e Figueira, foram acusados o advogado Paulo Blanco, por corrupção activa, e Armindo Pires, então representante do vice-presidente angolano, por branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documento.

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