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Adalberto Costa Júnior diz que desvios em Angola são muito superiores aos revelados


Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA

Na antevisão do PR, líder da oposição afirma que Angola não pode ficar refém do

O presidente da UNITA considera que os números avançados por João Lourenço sobre os dinheiros desviados do erário público não são realistas,

Adalberto Costa Júnior em conferência de imprensa - 1:48
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Numa conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 12, em Luanda, onde fez a sua leitura sobre o estado da nação, Adalberto Costa Júnior afirmou que "24 mil milhões de dólares é uma quantia avultada, mas está aquém dos números reais porque só a reserva estratégica do petróleo de 2011 a 2014 acumulou 93 mil milhões de dólares”.

“Se só foram 24 mil milhões de dólares desviados, onde está o resto?, questionou Costa Júnior que denunciou que o combate à corrupção de João Lourenço “é selectivo”.

“O combate à corrupçao é dirigido, uns são protegidos, outros são perseguidos, há dois pesos e duas medidas", sublinhou o presidente do principal partido da oposição, quem atirou que "o alvo da corrupção está dentro do Palácio” Presidencial e não se noticia”.

Falta de transparência continua

Apesar de achar bem que o Presidente ter revelado os números, Costa Júnior afirmou haver “quem questione a escolha deste ‘timing’, há quem especule tratar-se de uma tentativa de fazer esquecer o escândalo do seu director de gabinete [Edeltrudes Costa], há quem também fale da coincidência da proximidade do discurso do estado da nação”.

Ele também lamentou que “a falta de transparência nos negócios do Estado continue a ser a regra”.

Ao passar em revista outros assuntos da actualidade nacional, o líder da Unita acusou o Governo de ter sido precipitado na abertura do ano letivo.

"Era possível recuperar parte do ano lectivo, mas era preciso também ser-se responsável para criar condições e testar as pessoas", disse.

Lei da rolha

Em relação às eleições autárquicas, ele apontou que elas não devem ser da exclusividade de uma só pessoa e que a pandemia da Covid-19 não justificava o adiamento da mesma.

Nota de destaque foi a liberdade de imprensa e de expressão que, para Adalberto Costa Júnior regrediu bastante.

"A lei da rolha está aí em acção e faltam poucos órgãos para serem colocados no mesmo saco", vatacinou o presidente da UNITA.

Ao fazer a sua leitura sobre “o estado da nação”, Adalberto Costa Júnior lamentou, numa mensagem directa ao Presidente da República, que “a guerra acabou há cerca de 20 anos, os bastantes para termos criado ganhos substantivos na consolidação de um Estado Democrático, com infraestruras funcionais e com serviços presentes em todo o território nacional, com inclusão social, porque o país que temos tem recursos bastantes para ter sucesso”.

Para o líder da oposição, é “inaceitável que morram angolanos à fome, num país com tanta terra fértil, com tantos recursos hídricos, com pouca população, com extensa costa marítima”, e conclui “senhor Presidente, o MPLA não pode manter este país refém dos seus interesses partidários”.

Em jeito de antecipação ao discurso sobre o estado da nação a ser proferido por João Lourenço no dia 15, Costa Júnior disse que “ao contrário do que aconteceu nos últimos dois anos, a nossa espectativa centra-se num discurso mais coerente e que reflita o verdadeiro estado em que a nação angolana se encontra”.

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