A Organização Trump – o potentado empresarial do antigo Presidente Donald Trump – e o seu director financeiro, Allen Weisselberg, foram na semana passada indiciados de fuga aos impostos.
Isto após uma investigação de vários meses pela procuradoria do Estado de Nova Iorque e de Manhattan, na cidade de Nova Iorque, em que, de acordo com notícias, estavam em jogo a alegada sobrevalorização de propriedades para fins de empréstimos e subvalorização para fins de impostos, pagamentos a uma actriz de filmes pornográficos para esconder alegadas relações com o antigo Presidente e outras irregularidades financeiras.
Weisselberg foi acusado de não declarar aos impostos como rendimento o uso de um apartamento cedido pela Organização Trump, o pagamento de aluguer de carros de luxo para si e sua família e ainda o pagamento de propinas em escolas particulares seus familiares.
Aquelas duas procuradorias disseram que tudo isso, desde 2005, está avaliado em rendimentos de 1.700.000 dólares sobre os quais ele deveria pagar impostos e que a organização deveria também ter informado os serviços fiscais. Donald Trump não foi acusado de nada.
Lloyd Green que fez parte da campanha do Presidente George W.H. Bush e trabalhou no Departamento de Justiça entre 1990 e 1992 escreveu no jornal Guardian que “um elefante pariu um rato” e que isto em nada irá afectar o Partido Republicano nas eleições legislativas do próximo ano.
Donald Trump acusa
Donald Trump, sem acesso ao Twitter, Facebook ou o palco da Casa Branca, tem estado agora a realizar comícios de relançamento político em que, para além de outros assuntos, acusa o Partido Democrata de engendrar uma conspiração para o tentar eliminar.
“Deixem os democratas em paz, não importa o mal que façam mas mobilizaram todos os poderes do Governo para me perseguirem, a minha família, os meus maravilhosos empregados, aa minhas companhias apenas por razões políticas”, disse.
“Querem fazer coisas para nos magoar”, acrescentou Donald Trump num comício na Florida em que estiveram presentes milhares de pessoas.
Consequências e impacto das acusações
Mary Jordan, do jornal Washington Post, disse que apesar destas acusações não serem grande coisa, é obvio que as procuradorias de Nova Iorque querem obter mais provas contra o próprio Trump.
Jordan afirmou à cadeia de televisão ABC que em muitos círculos “várias pessoas disseram que isto é a primeira série de acusações e que pensam que há muito mais a caminho".
Mas Jordan acrescentou que muitos também se interrogam que após uma tão prolongada investigação “isto é tudo o que têm?”, embora acrescente ser “óbvio” que os procuradores estão a tentar levar o antigo director financeiro a depor contra Trump sob a ameaça de ir para a prisão.
Mas qual o impacto de tudo isto?
Catherie Lucey, repórter na Casa Branca do diário Wall Street, Journal disse que a verdadeira questão é saber-se qual o impacto das acusações nos planos políticos de Donald Trump.
Para já, disse ela à cadeia de televisão Fox, “isto sem dúvida que deita uma sombra sobre Trump numa altura em que como vimos com os comícios na Florida e no Ohio ele está a tentar lançar de novo a sua organização política e aumentar a sua visibilidade antes das eleições do próximo ano e provavelmente para além disso”.
Com Donald Trump a participar num número cada vez maior de comícios e o Partido Republicano ainda dividido sobre como lidar com ele e os seus apoiantes, as decisões dos procuradores do Estado de Nova Iorque e Manhattan poderão ter uma grande influência imediata na cena política americana, algo que o próprio Trump disse ser essa a intenção.
Isso depende claro está do que podem levar a tribunal os procuradores.
Para já parece não ser muito mas... ninguém fora dos seus escritórios sabe ao certo.