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Activistas sem autorização para entrega de donativo a alunos carentes em Benguela


Governador Rui Falcão diz não ter recebido qualquer pedido
Governador Rui Falcão diz não ter recebido qualquer pedido

Localidade de Caimbambo sofre com efeitos das chuvas

Dezenas de activistas cívicos, alguns deles membros do auto-denominado Movimento Revolucionário de Angola, viram adiada a oferta de material escolar a alunos carentes no município de Caimbambo, em Benguela, no último final de semana, devido a uma suposta falta de autorização do Governo provincial.

Governo de Benguela diz desconhecer proibição a ajuda de activistas - 2:23
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A VOA apurou que várias organizações promovem acções de solidariedade sem as chamadas ‘’orientações superiores’’, como se verificou na altura da penúria alimentar provocada pela seca, mas o donativo dos activistas teve de regressar ao ponto de partida, a cidade do Lobito, num movimento de quase 300 quilómetros.

O jovem Luvulu Prata, um dos cerca de 30 activistas presentes no município de Caimbambo, oriundos de Benguela e Luanda, diz que o administrador adjunto não pôde viabilizar a viagem à comuna da Lômia por falta de autorização.

“Ele dizia-nos que não estava a inviabilizar, mas, como não teve acesso ao documento, não podia conduzir-nos até à localidade. Dizia também que nós não tínhamos qualquer documento do senhor governador. Os documentos foram entregues à Administração de Caimbambo e ao Governo de Benguela. A verdade é que vamos regressar, não podemos ficar com o donativo’’, garante Prata, lembrando que ‘’já trabalhou no Caimbambo na luta contra a intolerância política’’.

Enquanto se aguarda por autorização, a realidade continua a ser preocupante, conforme descreve o activista José Patrocínio, director da ‘’OMUNGA’’, que trabalha na região em causa.

“É uma aldeia que está aqui, a escola acabou por cair, não há escola nenhuma, as crianças precisam de tudo. E é o Caimbambo que vai ter jardins públicos que custam vários milhões de Kwanzas e os alunos não têm educação porque o Governo diz que não tem dinheiro. É preciso saber definir prioridades’’, sugere Patrocínio.

O Gabinete do governador de Benguela, Rui Falcão, contactado pela VOA a meio da manhã desta quarta-feira, 2, disse não ter recebido qualquer documento de activistas.

Já o director do Gabinete da Educação, Evaristo Calopa, citado como tendo sido informado sobre o evento, não atendeu a nenhuma das várias ligações.

A ‘’Zacangola’’, organização que goza de boas relações com o Governo, estranha as voltas em torno da iniciativa de jovens revolucionários, uma vez que, como admite, as acções de solidariedade que desenvolve, geralmente em parceria com instituições similares, não precisam de autorização.

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