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Activistas "desconfiam" das intenções da secretaria de Direitos Humanos de Cabinda


Alexandre Kuanga Nsito, activista
Alexandre Kuanga Nsito, activista

Governo local ouviu activistas sobre criação de um prémio de Direitos Humanos na província

O Governo provincial de Cabinda reuniu-se recentemente com activistas para a recolha de contributos para a criação de um prémio de Direitos Humanos.

Apesar da abertura da Secretaria de Estado da Justiça e dos Direitos Humanos, os activistas ouvidos pela VOA mostram-se reticentes quanto às verdadeiras razões do encontro.

"Os que mais violam os direitos humanos em Cabinda são os militares das FAA, da policia, do SINSE, da Investigação criminal, porque eles consideram terroristas todos aqueles que são defensores como a FLEC e independentistas”, disse Alexandre Kuanga coordenador da Associação para Desenvolvimento, Cultura e Direitos Humanos de Cabinda (ADCDH).

Por seu lado, o jurista e activista cívico Egídio Conde classificou o encontro de oportuno, mas diz ser necessário que se clarifiquem as intenções reais.

"A situação dos direitos humanos aqui em Cabinda é dramática e é preciso haver uma verdadeira interação entre os órgãos que administram a justiça em Angola e os activistas de Cabinda", defendeu.

Leitura diferente tem João Nsumbo, outro activista, para quem não há coerência entre o que dizem e o que fazem as autoridades de Cabinda.

"Não se pode compreender que um dia nos chamem de terroristas e no outro somos chamados como se fosse o leão a convidar os demais animais dizendo que o leão morreu e vamos à festa ou óbito dele”, ironiza Nsumbo quem diz que os activistas “estão vacinados em matéria de direitos humanos”.

“É uma das apostas do Executivo dividir, excluir, embaraçar, sonegar o povo de Cabinda para melhor tirarem proveito de nós", concluiu.

No encontro, a Secretaria dos Direitos Humanos de Cabinda apenas se limitou a ouvir os activistas, sem fazer qualquer tipo de comentário.

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