Activistas de Cabinda propuseram ao governador a criação de uma comissão ad hoc para debater sem tabu o estatuto da província.
A proposta foi feita na semana passada num encontro em que Eugénio César Laborinho convidou organizações juvenis e activistas a debater questões que os afectam.
Os activistas disseram na ocasião que a questão de Cabinda não pode ser dominada pelo MPLA.
"Ao longo desses tempos, a questão de Cabinda foi resumida ao grupo da Casa Militar, que corrompia tudo e todos, e nem a oposição parlamentar foi ouvida no processo", disse André Sebastião, porta-voz dos activistas presentes.
Ele considera que a "comissão ad hoc deve ser integrada também pelos partidos políticos da oposição e pela sociedade civil de Cabinda".
Apesar da abertura do Governador, aquele activista lamenta que o Laborinho não tenha sido muito explicito sobre a proposta, argumentando que "há coisas que não são da sua competência".
Entretanto, Sebastião critica o facto de "o novo governo não ter autorizado uma marcha pacífica marcada para o próximo sábado, 16, por um grupo de activistas".
Aliás, o activista lembra que nenhuma associação foi legalizada até hoje em Cabinda, "o que me leva a perguntar se Cabinda faz parte de Angola ou não".
"Nós temos associações formadas, mas não nos deixam legalizar, vivemos uma situação de exclusão no contexto angolano", conclui André Sebastião que garante estarem os activistas unidos "à procura de ter uma voz em Cabinda".