Um possível acordo monetário entre Angola e China continua a suscitar reacções depois do assunto ter sido aventado durante a visita de José Eduardo dos Santos a Pequim.
Segundo o economista José Matuta Cuato, nas relações económicas entre Estados não pode haver monopólio. Por isso, considera que, em caso de um possível acordo monetário entre Angola e a China, que permita a circulação de yuan e kwanzas nos dois países, pode transformar-se numa lufada de ar fresco e pode beneficiar Angola.
“Em função do fluxo monetário entre Angola e China, há esta necessidade que pode ser também uma lufada de ar fresco para as outros acordos”, explicou.
Nos meios políticos angolanos, considera-se que o suposto acordo obedece a uma estratégia destinada a “fugir do dólar”, passando a adequar a economia angolana ao yuan, a moeda oficial da China.
Caso venha a ser oficializado, o acordo permitirá que as trocas comerciais sejam realizadas nas moedas dos dois países, enquanto os futuros empréstimos que a China conceder a Angola, serão em moeda chinesa e não em dólar.
Um provável acordo monetário não é visto como algo totalmente alheio à realidade actual.
Na verdade, Pequim, através dos chamados Brics (o grupo dos países emergentes integrado por Brasil, Rússia, India, China e África do Sul) tem estado a mover influencias para que a sua moeda passe a ter poder de circulação, nas economias dos seus parceiros, à semelhança do dólar norte americano.