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Acordo EUA/ Talibã enfrenta primeiro obstáculo


Zalmay Khalilzad, representante especial dos EUA para a reconciliação Afeganistão (esq) e Mullah Abdul Ghani Baradar, co-fundador do Talibã
Zalmay Khalilzad, representante especial dos EUA para a reconciliação Afeganistão (esq) e Mullah Abdul Ghani Baradar, co-fundador do Talibã

Menos de 24 horas depois de os Estados Unidos terem assinado um acordo histórico com o Talibã afegão em Doha, a sua implementação já chocou com o seu primeiro obstáculo.

O Presidente afegão Ashraf Ghani anunciou em Cabul neste domingo, 1 de março, que o seu governo não se comprometeu a libertar milhares de prisioneiros talibãs, uma condição prévia para o início das negociações entre o Talibã e outras facções afegãs.

"A libertação de prisioneiros não é da autoridade dos Estados Unidos, mas é da autoridade do governo do Afeganistão", disse Ghani.

O acordo entre EUA e Talibã, selado no sábado, exige que as partes afegãs no conflito iniciem negociações diretas a 10 de março ou por volta dessa data para acordar por um cessar-fogo permanente em todo o país e a futura partilha de poder.

No entanto, algumas das medidas necessárias a serem tomadas na preparação para o diálogo incluem a libertação de até cinco mil prisioneiros talibãs das prisões afegãs, que Ghani considera ser tecnicamente impossível nesta altura, e de mil elementos da segurança do governo, que estão sob custódia dos insurgentes.

Até agora, o Taliban recusou-se a reconhecer o governo Ghani como um governo legítimo ou a envolver-se diretamente com ele. No que lhes diz respeito, o grupo diz ter resolvido a questão da libertação de prisioneiros com os americanos.

"Decidimos a questão de nossos cinco mil prisioneiros com os americanos. Eles prometeram no acordo que esses prisioneiros serão libertados antes do início do negociações intra-afegãs. Para nós, essa questão está resolvida ", disse Khairullah Khairkhwah, membro sénior da equipa de negociação do Talibã.

Uma delegação afegã de Cabul chegou a Doha antes da cerimónia de assinatura para discutir a libertação de prisioneiros e outros assuntos com o Talibã, mas membros do grupo insurgente recusaram um encontro.

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