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Abrir uma estação de rádio não é fácil em Angola, dizem jornalistas


 Foto de arquivo
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Jornalistas angolanos dizem que abrir uma rádio privada no país continua a ser algo dependente de questões políticas ou então de obstáculos financeiros exorbitantes criados para dificultar o processo.

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Depois de décadas de controlo total sobre as emissões de rádio no país, as autoridades angolanas começaram há alguns anos a permitir estações de rádio privadas.

Luanda tem hoje cerca de 30 rádios privadas, mas os criticos dizem que isso não singifica que haja uma diversificação da informação.

William Tonet, um dos pioneiros a solicitar licença de rádio comercial em Angola, denuncia que o executivo cria barreiras para inviabilizar atribuição de licenças a quem quer contribuir verdadeiramente para a liberdade no país.

“O mesmo que fazem em relação ao conhecimento, à informação, aos direitos mais elementares do homem. Fazem uma barreira para inviabilizar”, disse.

“Quem não é do sistema, quem não está com sistema ou por acordo não tem rádio, as licenças são dadas com base nos acordos e fazem-se leis para impedir o surgimento de rádios de quem quer efetivamente contribuir para a liberdade”, acrescentou William Tonet.

Capita Inga, promotor de iniciativas de rádios comunitárias, aplaude os avanços do ponto de vista dos números, mas condena a forma como são cedidas as licenças de rádios.

“As frequências são dadas em torno do partidarismo, em torno de uma ideologia partidária. Recebe licença quem tem o 'rabo preso'”, disse.

O jornalista diz que o executivo cria leis para impedir a legalização de rádios e questiona a não existência de rádios comunitárias.

“Por que é que hoje não temos rádios comunitárias a nível do país? Porque os valores que se exigem são totalmente exorbitantes”, afirma.

Já o analista Agostinho Sicato diz o seguinte sobre os avanços e recuos sobre as rádios em Angola: “Um dos avanços é o surgimento de muitas rádios, o recuo é no campo dos direitos e liberdades onde continua a haver dificuldades para os jornalistas, na liberdade de expressão”, disse.

A VOA tentou contactar o director nacional de informação do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), João Demba, mas sem sucesso.

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