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O relatório iliba Kofi Annan  - 2005-03-30


O secretario geral das Nações Unidas, Kofi Annan tomou precauções insuficientes para assegurar que não existia conflito de interesses nas actividades do seu filho Kojo com uma empresa contratada para o programa "Petróleo por Alimentos" no Iraque. Esta e uma das conclusões constantes do segundo da comissão de inquérito sobre o escândalo, ontem tornado publico.

No relatório,, a comissão, chefiada pelo ex- presidente da reserva Federal americana Paul Volcker, indicou não ter encontrado provas de que o secretário-geral da ONU tenha influenciado a contratação da empresa suíça Cotecna para programa humanitário da organização no Iraque.

Segundo o relatório que iliba Kofi Annan de quaisquer acusações de tráfico de influência, nenhum elemento demonstra que a escolha da Cotecna, em 1998, tenha sido resultado de uma influência activa ou inapropriada da parte do secretário-geral no processo de selecção.

A comissão concluiu que a Cotecna obteve o contrato em 1998, porque apresentou a melhor oferta, revela ainda o relatório.

A comissão independente considerou, no entanto, "improvável" que o contrato com a Cotecna - empresa contratada pelas Nações Unidas para supervisionar a aplicação dos contratos de importação de mercadorias que o Iraque firmava no âmbito do programa - tivesse sido renovado se Kofi Annan tivesse procedido a um inquérito aprofundado.

O documento denuncia, por outro lado, que tanto Kojo Annan, filho do secretario geral da Onu, como a empresa suíça ocultou a verdadeira natureza e duração da sua relação financeira, o que levanta "questões significativas" sobre a integridade do filho do secretário-geral da ONU.

Kojo Annan "participou activamente nos esforços da Cotecna e enganou também intencionalmente o secretário-geral" para esconder as suas ligações com a empresa, lê-se no relatório.

"Colocam-se dúvidas importantes sobre as acções de Kojo Annan durante o Outono de 1998 e sobre a integridade dos seus negócios" no âmbito do programa Petróleo por Alimentos, salienta a comissão, afirmando que prosseguirá a sua investigação sobre este ponto.

O relatório acusa ainda a Cotecna de ter feito declarações falsas à ONU, à opinião pública e à própria comissão, ao dizer que Kojo Annan deixara de ter ligações à empresa em 1998 e ocultar que continuou a pagar-lhe mensalmente até 2004.

Kojo Annan trabalhou para a Cotecna entre 1995 e 1997, data em que se tornou consultor para África da empresa suíça, com a qual terminou, teoricamente, qualquer relação financeira em 1998.

Este é o segundo relatório de três previstos sobre o escândalo do programa humanitário da ONU para o Iraque, criado para atenuar as consequências para a população iraquiana do embargo imposto ao regime de Saddam Hussein em 1991, após a invasão do Kuwait.

O objectivo é esclarecer se houve ou não corrupção na gestão do programa Petróleo por Alimentos, que acabou por facilitar subornos milionários ao então presidente iraquiano, Saddam Hussein.

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