Links de Acesso

Liberdade de impressa ameaçada - 2005-03-15


Um grupo activista dos direitos das mídias, o Comité de Protecção dos Jornalistas disse que a liberdade de impressa esteve ameaçada em todos os cantos do mundo no ano transacto.

No seu relatório anual, intitulado Ataques a Imprensa, aquela organização baseada em Nova Iorque revela que 56 jornalistas foram mortos no ano passado em todo mundo em pleno exercício da profissão.

De acordo com o relatório, o Iraque continua a ser a zona mais perigosa do mundo para o exercício do jornalismo e 2004 o mais mortífero ano da ultima década para os profissionais da imprensa.

Ann Cooper, directora executiva do Comité de Protecção dos Jornalistas disse que pelo menos 16 trabalhadores das mídias foram mortos no ano passado no Iraque.

De acordo com esta activista, 22 outros profissionais de imprensa foram raptados no exercício do jornalismo no Iraque.

‘Muitos de vos lembram-se das palavras do repórter do Wall Street Journal, que escreveu em Setembro passado que o grau do perigo no Iraque, obriga os jornalistas a confinarem-se apenas a Bagdade, situação que segunda ela, é o mesmo que tentar reportar ao mundo numa situação de detenção domiciliaria.’

O relatório do Comité de Protecção dos Jornalistas da ainda conta que 122 profissionais das mídias foram detidos no mundo inteiro, sendo três quartos dos mesmos em apenas quatro países, a saber-se a China, Birmânia, Eritréia e Cuba.

Um outro foco de perigo para os jornalistas são as Filipinas, onde oito jornalistas foram assassinados no ano passado, alegadamente por criticarem o governo de Manila ou por denunciarem casos de corrupção.

Mas o relatório que temos estado a fazer referencia realça entretanto algumas conquistas conseguidas para jornalismo no mundo, nomeadamente a melhoria do clima envolvente do exercício da profissão de jornalista na Ucrânia, onde um novo governo foi recentemente eleito.

A este propósito Ann Cooper salienta que aquele pais do antigo bloco comunista do leste europeu, funciona como um caso exemplar para as demais nações da região, nomeadamente a Rússia, onde de acordo com Ann Cooper os casos de repressão de jornalistas continuam a aumentar.

‘Doze jornalistas foram mortos desde que o presidente Vladimir Putin assumiu o poder na Rússia. O quanto sabemos, ninguém foi punido por esses crimes. E vergonhoso o perfil do governo russo nessa matéria.’

O relatório do Comité de Protecção dos Jornalistas realça ainda a particularidade da repressão contra os jornalistas das publicações electrónicas praticada no Irão, e as restritivas leis do exercício da imprensa em vigor na Venezuela e no Vietname.

No continente africano, o Zimbabwe é por seu lado indiciado como um dos piores locais do mundo para os jornalistas, devido à massiva repressão governamental contra as mídias privadas.

No que toca a Ásia, o Bangladesh é considerado o pior pais para o exercício da profissão de repórter na região sul daquele continente.

Ann Cooper, directora executiva do Comité de Protecção dos Jornalistas relembrou ainda que o seu grupo e as demais organizações defensoras das mídias funcionam como um importante mecanismo de protecção dos jornalistas e em caso de necessidade de ajuda, os jornalistas não devem actuar de forma isolada.

‘Os governos que defendem a liberdade e a democracia devem enviar uma mensagem clara aos regimes repressivos do mundo. A mensagem deveria ser esta .. os servidores do governo deveriam tolerar as critica e as investigações da imprensa.’

De acordo com o Comité de Protecção dos Jornalistas, os profissionais da imprensa deveriam ser livres de reportarem os factos, sem constrangimentos profissionais ou temor a represálias.

XS
SM
MD
LG