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Malásia precisa de mão de obra barata - 2005-03-10


A Malásia precisa de mão de obra barata para abastecer as suas industrias vitais de plantações agrícolas e construção civil e a Indonésia tem uma larga quantidade de desempregados com vontade de trabalhar naqueles sectores.

Mas as tentativas para regular o movimento de trabalhadores têm conduzido a problemas. Milhões de trabalhadores indonésios viajam ilegalmente para a Malásia e Kuala Lumpur, sob pressão de interesses locais que acusam os emigrantes de roubarem empregos e alimentar o crime, regularmente arrebanha-os e expulsa-os do pais.

A Malásia, no final do ano passado, ofereceu uma amnistia de quatro meses a emigrantes ilegais, levando a um êxodo de cerca de 450 mil pessoas. Depois, no dia 1 de Marco iniciou uma repressão para encontrar e expulsar quaisquer restantes violadores das leis de emigração.

Mas a consequente falta de braços esta a prejudicar as empresas e Kuala Lumpur acusa Jacarta de suster os esforços para conceder aos trabalhadores indonésios documentos legais para atravessarem a fronteira.

Shamsuddin Bardin, director da Federação Malaia do Patronato, afirma que muitas plantações agrícolas estão a perder milhares de dólares por dia devido a uma escassez de trabalhadores.

“Isto é algo que impede de fazer muito mais porque os seus produtos são de curta duração. Desde que os plantadores não tenham possibilidade de colher os seus produtos agrícolas, eles vão estragar-se.”

Bardin acrescentou que as empresas estão a perder encomendas porque não podem enviar os produtos a tempo.

A Malásia deu um mês à Indonésia para documentar os seus trabalhadores, sob pena de começar a recrutar mão de obra de outros países, tais como o Bangladesh e as Filipinas. Mas Bardin disse que isso poderá ser tarde de mais.

“Do lado do patronato, não temos possibilidade de esperar tanto tempo, um mês é muito tempo.”

A Indonésia informou que esta a fazer tudo o que pode para acelerar o regresso de trabalhadores legais. Estabeleceu centros de registro numa serie de pontos de emigração, mas grandes problemas persistem.

Entre esses estão os 340 dólares cobrados para serem passados os documentos necessários. Trata-se um montante muito elevado para trabalhadores que ganham apenas uma meia dúzia de dólares por dia.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Indonésia e da Malásia vão reunir-se quarta-feira em Jacarta, em parte para tentar resolver o problema.

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