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Limpeza étnica em Darfur  - 2005-01-14


No seu relatório anual sobre os Direitos Humanos no Mundo, a Human Rights Watch faz acusações de limpeza étnica em Darfur e de tortura levada a cabo por parte de soldados americanos contra detidos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque. O director executivo daquela organização, Kenneth Roth, afirma que a Human Rights Watch reconhece que as duas questões não têm a mesma dimensão, mas sublinha que cada uma delas, ainda assim, mina a vitalidade da defesa global dos Direitos Humanos.

”Até ao momento, lamento dizer que a resposta a estas duas crises não tem sido encorajadora”.

Durante uma conferência de imprensa realizada em Washington, Roth criticou o Conselho de Segurança das Nações Unidas pela sua tépida reacção à mortandade a que se assistiu em Darfur, afirmando que não foi enviada para aquela região os números suficiente de forças de protecção e que não foram aplicadas sanções contra a liderança sudanesa em Cartum. Roth criticou particularmente a China (membro permanente do Conselho de Segurança) por ter tentado a todo o custo ofender o governo do Sudão por forma a proteger assim o fornecimento de petróleo que recebe daquele país africano. Kenneth Roth acusa a comunidade internacional de estar a fingir a sua preocupação relativamente ao problema de Darfur.

”Dez anos depois do genocídio ruandês, a continuação da limpeza étnica em Darfur ridiculariza as nossas promessas de que a situação não se iria voltar a repetir.”

A Human Rights Watch apela para o estabelecimento de um promotor da justiça independente da administração Bush para investigar o caso dos abusos contra os prisioneiro em Abu Ghraib, no Iraque. Roth afirma que os abusos contra os prisioneiros em Abu Ghraib duplicaram noutros centros de detenção militar americanos em Guantanamo e no Afeganistão. Na sua perspectiva, a responsabilidade dos abusos vai para além dos militares de baixa patente acusados e atinge os principais responsáveis da administração Bush.

”Este abuso de prisioneiros é uma consequência previsível do ambiente criado por uma série de decisões políticas assumidas ao mais alto nível pela administração Bush. É uma consequência da administração Bush continuar a recusar-se a pôr fim e a desautorizar interrogatórios coercivos.”

A administração Bush rejeitou as acusações feitas pela Human Rights Watch, afirmando que os actuais processos em tribunais militares utilizados contra guardas prisionais americanos em Abu Ghraib são suficientes. O porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher.

”Penso que a administração Bush tem sido muito clara. Os documentso tornado públicos pela administração têm sido muito claros: nós não apoiamos a tortura e o abuso de prisioneiros. As acções da administração têm sido bastante claras investigando e julgando e trazendo os factos à luz do dia”.

A Human Rights Watch argumenta que os EUA não fazem o suficiente para promover os Direitos Humanos no mundo, apesar de publicarem um relatório anual sobre os abusos cometidos. Mas, Richard Boucher contrapõe afirmando que os EUA estão na vanguarda da defesa dos Direitos Humanos em todo o mundo. Boucher adianta que essa política enforma toda a diplomacia americana e os programas de ajuda externa, tais como o treino de jornalistas e o apoio a governos civis.

”Temos estado muito activos em países, muitos dos quais estamos a cooperar estreitamente na luta contra o terrorismo. Mas em alguns casos, como o Uzbequistão, temos retido financiamentos, muito embora tenhamos a sua cooperação no combate ao terrorismo, isto devido às nossas preocupações quanto à situação dos Direitos Humanos.”

O porta-voz do Departamento de Estado sublinha o progresso registado nos Direitos Humanos no Afeganistão, onde foram realizadas eleições e na Ucrânia onde os EUA contestaram a votação apontando a existência de fraude.

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