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Conversar e não combater  - 2004-12-14


O porta-voz do Ministério da Informação da Etiópia, Zemedkun Tekle, disse a VOA que a vizinha Eritréia deve conversar e não combater com a Etiópia para tentar por fim a longa disputa fronteiriça entre os dois países.

“Se o que eles estão a dizer é irem tomar acções militares isso não é uma boa opção, não é uma opção que leve a uma paz duradoura. Vamos negociar, vamos tentar resolver o assunto do conflito fronteiriço.”

Entretanto, o porta-voz presidencial eritreu, Yemane Gebremeskel, afirmou a VOA que não ia comentar directamente se o seu pais ia ou para a guerra sobre a disputada fronteira, afirmando que a questão foi, nas suas palavras, hipotética.

Mas disse que a disputa fronteiriça alcançou um ponto crítico que deve ser resolvido imediatamente.

“A Etiópia esta a ocupar território soberano etíope. Se um país ocupa a força território soberano do seu vizinho, a situação não pode ser pacifica.”

Os dois países fizeram uma dura guerra fronteiriça entre 1998 e 2000, durante a qual morreram 70 mil pessoas.

Ao abrigo de um acordo de paz assinado em 2000, a independente Comissão Fronteiriça Etiópia - Eritréia foi criada para marcar os mil quilómetros de fronteira, enquanto que mais de 4000 “capacetes azuis” da ONU foram destacados para garantir a estabilidade na região fronteiriça.

A Comissão subsequentemente decidiu que uma área chamada Badme fosse entregue a Eritréia, uma decisão que a Etiópia rejeitou no ano passado, parando efectivamente com o processo de demarcação.

O primeiro-ministro etíope Meles Zenawi anunciou recentemente que o seu país iria reconhecer a decisão da Comissão Fronteiriça como parte de um plano de paz de cinco pontos que apela igualmente para o dialogo e a melhoria de relações.

Num comunicado no passado dia 4 de Dezembro, a Eritréia, rejeitou o plano de paz da Etiópia, dizendo que a demarcação da fronteira não devia estar ligada ao dialogo e a normalização das relações. O comunicado levou a o primeiro-ministro Zenawi a dizer à imprensa que ia apelar ao seu vizinho para não ir para a guerra.

O porta-voz eritreu Yemane explicou porque é que o seu país pensa que a demarcação não deve estar ligada a conversações de paz.

“O que é que a Etiópia quer dizer por falar ? Como é que se pode renegociar, voltar a discutir uma decisão do tribunal que ambos acordaram com base na lei internacional ? A Etiópia esta a falar de dialogo porque não quer implementar aquela decisão uma vez que não querem respeitar o acordo que assinaram.”

Entretanto, o porta-voz etíope Zemedkun disse que o assunto fronteiriço e parte de um grande conflito entre os dois países e portanto precisa de ser abordado através, do que chamou de, uma aproximação realista dentro do quadro do plano de paz.

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