Foi há mais de um ano que as Nações Unidas sofreram uma das piores tragédias : o assassinato de 22 membros, num ataque bombista suicida contra a sua sede em Bagdade.
Para muitos, a questão de saber se as Nações Unidas já recuperaram e ainda um tema quente. Ross Mountain e o adjunto da Missão de Assistência da ONU no Iraque.
“As Nações Unidas não recuperaram e para muitos de nos que perdemos amigos, colegas ainda vai passar muito tempo a recuperar. A instituição, em si mesma em termos do Iraque ainda continua preocupada com o que aconteceu ... mas estamos de volta.”
Desde o atentado bombista, o secretario geral da ONU, Kofi Annan reduziu o numero dos trabalhadores internacionais no Iraque a 35 elementos, trabalhando com algumas centenas de locais.
Para alem do trabalho humanitário, a representação tem por objectivo ajudar a recentemente constituída comissão eleitoral a organizar as eleições nacionais em finais do próximo mês de Janeiro.
E uma tarefa colossal, pois o Iraque continua a ser flagelado pela insegurança que os responsáveis sustentam ser da responsabilidade de elementos leais a Saddam Hussein, do grupo terrorista al-Qaida e de vários grupos de militantes que combatem a ocupação. O resultado são ataques diários com morteiros e lança granada contra os escritórios das instituições internacionais; o rapto e, por vezes, o assassinato de vários trabalhadores, de assistentes humanitários e jornalistas; e ataques com viaturas armadilhadas contra tropas da coligação ou membros da administração interina iraquiana. Algumas áreas do país permanecem impossíveis de ser operadas pelas forças da coligação, devido a dimensão dos grupos de rebeldes que ali operam. Mountain considera no entanto, que as eleições ainda podem ser efectuadas no tempo previsto ... a menos que venham a ocorrer incidentes de grandes proporções.
Existe uma multiplicidade de vertentes para o problema de segurança da ONU, que possui um longo historial no Iraque. Muitas pessoas associam a ONU com as sanções políticas e económicas, impostas pela comunidade internacional durante o regime do antigo presidente Saddam Hussein, uma percepção que deve ser ultrapassada.
A um outro nível, Mountain reconhece que poderá ser difícil a definição da independência da ONU no Iraque. E isto por que a protecção do pessoal depende em grande medida das forças multinacionais, chefiadas pelo governo iraquiano, mas constituídas essencialmente por tropas americanas e da coligação.
O secretario geral da ONU, Kofi Annan solicitou aos estados membros para que contribuam com cerca de 480 militares para constituir unidades especiais de protecção do pessoal da ONU e das suas instalações. Ate este momento foram poucas as nações que aceitaram participar.
De acordo com o representante da ONU apesar de todas as dificuldades as Nações Unidas encontram-se no Iraque ... para ficar.