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O governo da Guiné-Equatorial acusou - 2004-07-21


O governo da Guiné-Equatorial acusou a imprensa na antiga potência colonial, a Espanha, de tentar confundir os cidadãos e desestabilizar a nação, ao noticiar informação relacionando uma investigação em curso nos Estados Unidos a dinheiro ”lavado” pelo presidente Obiang.

Na última sexta-feira, a televisão espanhola exibiu uma reportagem sobre a empobrecida nação, mencionando um relatório do senado americano onde se alega que contas mantidas pelo presidente Obiang tinham sido usadas para filtrar rendimentos petrolíferos para uso pessoal.

Sarah Wykes, da Global Witness, em Londres, diz que o relatório do Senado norte-americano oferece provas claras da existência de corrupção.

“Parece que nem um tostão da riqueza petrolífera da Guiné Equatorial, estimada é vários biliões de dólares, foram investidos no desenvolvimento do país”.

E agora, prossegue Sarah Wykes, há provas claras porque isso acontece, porque a maior parte do dinheiro é mantido em contas offshore, fora do controlo, e parece existir uma confusão total sobre o que é rendimento estatal e o que é riqueza pessoal usada pelo presidente e sua família.

Palavras de Sarah Wykes a qual acrescenta que é claro desde há anos que a Guiné Equatorial não se vem desenvolvendo apesar da riqueza criada com os lucros do petróleo.

“Os indicadores de desenvolvimento da Guiné Equatorial baixaram mesmo desde que o petróleo começou a ser explorado em meados dos anos 90. De facto a situação deteriorou-se, apesar dos biliões de dólares em riqueza petrolífera. A pergunta que se faz é, segundo Sarah Wykes, para onde foi o dinheiro? Por certo não foi usado no desenvolvimento do país, responde esta porta-voz da Global Witness.

O governo da Guiné Equatorial rejeitou as acusações de corrupção. O novo ministro da informação anunciou, na televisão, que a investigação do Senado norte-americano não estava relacionada com a Guiné Equatorial.

Em comunicado, o governo advertia toda a imprensa internacional a não publicar informação que possa desestabilizar um regime político democrático. O presidente Obiang chefia a Guiné Equatorial desde que tomou o poder ao antigo presidente e seu tio, num golpe militar, em 1979.

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