O embaixador francês em Angola, Guy Azais entregou as suas cartas figuradas ao ministro angolano das Relações Exteriores, João Miranda, com o que está habilitado a contactar instituições oficias angolanas.
Porém ao abrigo da legislação angolana Guy Azais, não poderá participar em actos em que estejam presentes os presidentes da República e da Assembleia Nacional. Só poderá fazê-lo quando entregar as cartas credenciais ao Presidente José Eduardo dos Santos, situação que não se afigura para já, visto que as relações entre os países passam por um crepúsculo.
As autoridades angolanas estão agastadas com a França pelo facto de Paris ter apresentado queixa em tribunal contra o empresário francês, Pierre Falcone, intermediário na compra de armas para Angola. Embora o governo francês tenha retirado a queixa, a verdade é que o caso continua a correr os seus trâmites legais, devendo ser arquivado ou levado a julgamento quando a sua instrução estiver concluída.
A acreditação parcial de Guy Azais acontece 72 horas depois de ter estado em Luanda um emissário do Presidente Jacques Chirac que teria vindo a Angola dizer que as conversações com o Phillip Courrier, que lidera o processo, estão no bom caminho.
Para Luanda, as coisas só voltarão ao normal quando o processo for arquivado e a França admitir publicamente que Falcone, entretanto nomeado ministro conselheiro de Angola junto da UNESCO, não cometeu nenhuma ilegalidade.
Diplomatas angolanos disseram à Voz da América ser importante que a França leve em conta os danos que causou ao estado angolano. Até que tudo isto seja Luanda deverá continuar a arrastar as negociações para renovação da concessão do bloco 3, onde a TOTALFINAELF tem muitos interesses.