A aproximação do exército a Bukavu, ao inicio do dia de quarta feira, levou os soldados rebeldes que ainda se encontravam a fugir para leste através da fronteira com o Ruanda, e para sul na direcção das planícies de Rusizi.
Um porta voz das Nações Unidas precisou que a população exultara com a saída dos rebeldes, registando-se manifestações espontâneas de jubilo.
Os soldados rebeldes tinham dois lideres, o general Laurent Nkunda, que se encontra desde há vários dias em Goma, e o coronel Jules Mutebusi, que se pensa tenha fugido para o Ruanda. O exercito de Nkunda tinha retirado no domingo, mas os homens de Mutebusi recusaram acatar as ordens da ONU para permanecer nos acampamentos que lhes tinham sido destinados, levando ao avanço do exército.
O general Nkunda indicara que a incursão em Bukavu visara proteger étnicos Tutsi, que sublinhara estarem a ser perseguidos pelo novo exército nacional. Nkunda referiu que a maioria dos Banyamulenge fugiu para o Ruanda.
“Deixaram Bukavu, foram obrigados a fugir, até mesmo aqueles que tinham regressado a Bukavu acabaram por fugir”.
Durante a semana que os militares do general Nkunda controlaram Bukavu, verificaram-se ataques contra a população local, incluindo actos de violação.
A missão da ONU em Bukavu indicou que vai proteger a áreas dos étnicos Banyamulenge agora que se encontram, de novo, sob controle da cidade. O governo congoles prometeu igualmente uma investigação às perseguições registadas contra aquele grupo étnico, que tem passado por décadas marcadas de problemas.
Um porta voz da ONU sublinhou que a chegada iminente à zona dos administradores provinciais ajudará a aliviar problemas.
“Esperamos que cheguem o mais cedo possível para ocupar os seus cargos e preencher o vácuo ao nível da administração civil. Os problemas da integração do exército podem ser encarados e poderemos avançar com o processo de transição”.
A ocupação rebelde de Bukavu no dia dois do corrente mês de Junho, provocou protestos violentos junto dos escritórios da ONU em Kinshasa e outras localidades congolesas.
A missão da ONU é suposta fazer aplicar o acordo de paz de partilha do poder assinado em 2003, e um dos mais sérios desafios reside no desarmamento dos antigos combatentes, especialmente ao longo das fronteiras do Ruanda e do Uganda, e a sua integração no novo exército nacional.