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Primeira infancia reclama - 2004-06-01


Mais de 180 mil crianças dos 0 aos 5 anos morrem em Angola, a cada 12 meses, por dificuldades de acesso aos serviços de saúde, de água potável, higiene pessoal ou familiar, segurança alimentar e condições domiciliárias. Esta informação foi prestada hoje em Luanda, pelo Ministro da Assistência e Reiserção Social, João Baptista Kussumua, durante a conferência preparatória do Fórum Nacional da Primeira Infância, que decorrerá de 14 a 16 de Junho,do ano em curso.

João Baptista Kussumua, disse que com o fim da guerra o governo e o Presidente angolano, estão apostados em fazer da criança uma das prioridades da agenda nacional tendo em conta que ela representa o futuro de Angola, que poderá continuar a ser posto em causa se todos não assumirem desde já o compromisso de garantirem plenamente os seus direitos fundamentais consagrados na lei constitucional e nas convenções internacionais.

”O HIV/SIDA, representa uma preocupação urgente pelas suas inquietações no futuro do nosso país, Angola. Com efeito e segundo previsões até 2005 esta pandemia poderá deixar orfãos cerca de 197 mil crianças, agravando-se tal cifra para 331 mil em 2010. Comparativamente 104 mil crianças ficaram orfãs em 2001, sendo 11% delas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos, sido assumidos por outras pessoas de boa vontade e fé, por morte do pai ou da mãe e noutros casos de ambos”.

O Ministro da Assistência e Reiserção Social, disse igualmente que o Fórum que é coordenado pelo ministério que dirige conta com o apoio do UNICEF e pretende desencadear um amplo processo de mobilização que envolva a Nação e a consciência dos angolanos pondo em definitivo a criança no centro da agenda nacional.

Por outro lado, o representante do Unicef em Angola, Mário Ferrari, reconheceu que alguma coisa já foi feita mas é preciso fazer muito mais pela criança angolana e prova disso é a taxa de mortalidade infantil que ainda é muito elevada.

”Houve uma série de progressos sectoriais específicos, em termos de acção, porque por exemplo, realizaram-se campanhas de vacinação de rotina, há um maior acesso a escola, alguma iniciativa positiva o Estado tomou nos últimos dois anos, mas sentia-se a falta de uma iniciativa mais estruturada. Este anúncio deste Fórum Nacional, mostra que o Estado angolano, está a dar sinais de querer mover-se de maneira decidida no seu conjunto, implicando vários Ministérios para encontrar uma melhor articulação à volta dos objectivos que são de reduzir a mortalidade infantil e desenvolver os cuidados infantis”.

Em Angola onde a primeira infância representa 23% da população nacional, estão em jogo as vidas de 4 milhões de pessoas.(AM)

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