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Reservas do PAM só duram mais 10 dias - 2004-05-21


Daqui há dez dias os grupos mais vulneráveis, até aqui os únicos beneficiários de comida do PAM, deixarão de receber este importante componente da cesta básica, assegurou à Voz da América, Manuel Cristóvão, assistente de informação do PAM em Angola.

Ate ao momento, o governo mantém a decisão de impedir a entrada de grãos geneticamente modificados, sendo contudo permissível ao consumo de farinha de milho. Esta decisão que levou a suspensão do envio pelos Estados Unidos da América de 19 mil toneladas de milho em grão, não conheceu desenvolvimentos ulteriores que prenunciem um desafogo no trabalho do PAM. Por esta razão, esta agência da ONU atingiu o limite das suas reservas.

“E claro que a decisão do Governo veio agravar a situação do PAM”. Neste momento, acrescentou Manuel Cristóvão, o PAM continua aguardar que os EUA levantem a suspensão ao carregamento de milho moído, como defendido pelas autoridades angolanas. Até ao momento não foi avançada nenhuma data para o efeito.

“Os Estados Unidos em si já manifestaram o interesse em mandar o milho moído, mas fa-lo-ão em quantidades reduzidas. Por outro lado já foi decidido que o milho seria moído e depois enviado mas ainda não temos uma data para a sua chegada ao pais”. O PAM já vinha reduzindo a sua acção em Angola, mas a constatação de que existem ainda um milhão e 400 mil pessoas a precisar de apoio humanitário, levou a continuação desta operação que já leva mais de dez anos.

Segundo Manuel Cristóvão é voz corrente nalguns sectores da comunidade doadora internacional, o principio de que Angola já superou a fase de emergência, com o que justificavam os cortes nas doações para o PAM. Manuel Cristóvão lembrou que são precisos ainda 136 milhões de dólares americanos para este ano. Até aqui só a Alemanha respondeu a solicitação do PAM. Doou um milhão de dólares que será aplicado na compra de milho no mercado regional. A situação actual deixa o PAM no limite das suas capacidades.

“O objectivo principal da presença do PAM aqui em Angola é assistir a população. Se não podermos cumprir com o nosso papel não há necessidade do PAM continuar aqui no pais”.

Os refugiados que a regressar ao pais a partir do próximo mês serão as pessoas mais afectadas, pelo facto de voltarem sem recursos para recomeçar a vida de novo aqui dentro.

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