Angola decidiu suspender por 45 dias o repatriamento dos cidadãos da República Democrática do Congo que se encontram ilegalmente no seu território, principalmente nas zonas diamantíferas.
A decisão foi anunciada esta quarta-feira em Kinshasa, pelo ministro das Relações Exteriores angolano, João Miranda, durante mais uma sessão da comissão mista de defesa e segurança entre os dois países.
Miranda explicou que tal medida se ficou a dever a uma orientação expressa do Presidente Eduardo dos Santos e tem a ver com a onda de reclamações que o repatriamento forçado dos congoleses de Angola despoletou não só entre as autoridades do seu país, como também em várias organizações de assistência humanitária e dos direitos humanos.
A reunião de Kinshasa é a quarta entre os dois países no curto espaço de pouco mais de um mês e reflecte a preocupação que o dossier repatriamento levanta nas duas capitais. Além de João Miranda, Luanda enviou o ministro do Interior, Serra Van- Dúnem, os governadores das províncias fronteiriças e os altos comandas das Forças Armadas e da Polícia. Em Luanda, entretanto, a situação na fronteira entre Angola e a Zâmbia está a ser discutidas pelas chefias militares dos dois países.