A UNITA pediu aos antigos países da troika de observadores (Portugal, Rússia e Estados Unidos) para intercederem junto do Presidente José Eduardo dos Santos no sentido de serem empossados os administradores por si indicados há mais de um ano.
Para Luanda e ao mesmo tempo instruiu a sua bancada parlamentar para solicitar um inquérito sobre os actos de violência que ocorrem um pouco por todo o país.
Em nota de imprensa, o antigo movimento rebelde considera esgotados todos os esforços envidados pela direcção do partido neste sentido e acusa o Presidente José Eduardo dos Santos de obstaculizar este processo.
O partido liderado por Isaías Samakuva considera que esta situação constitui uma violação ao Protocolo de Lusaka e ao memorando de Entendimento do Luena.
Em Luanda, a UNITA indicou como titular o administrador da Ingombota e como adjuntos os administradores do Cazenga e Viana, além dos responsáveis comunais do Cassequel e da Terra Nova.
A UNITA receia, por outro lado, que os actos de violência que vêm se repetindo em várias localidades do país são susceptíveis de criar um clima de insegurança.
O secretário para a Informação, Adalberto Júnior, destacou os actos de violência ocorridos em Cafunfo, no Rocha Pinto e mais recentemente em Viana, arredores de Luanda, tendo se referido ao elevado número de armas ainda em posse da população civil.
“Um país que acaba de sair de uma guerra e que não realizou o desarmamento efectivo da população civil, que não acabou com as milícias, inclusive o Orçamento Geral do Estado para este ano ainda contemplava verbas para as organizações civis militarizadas, proibidas pela Constituição, estas ocorrências podem descambar em situações mais perigosas”- enfatizou.
Enquanto isto, o presidente da UNITA retomou os contactos com os líderes de outras formações políticas no quadro do programa de auscultação concebido pelo seu partido para a elaboração de uma plataforma comum sobre a agenda de consenso apresentada pelo MPLA.
Regressado de Paris onde esteve por mais de uma semana, Samakuva encontrou-se com os líderes do PRD e do PSD, respectivamente Luís dos Passos e Bengui Pedro João.